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ELEIÇÕES 2018
Centenas se reunem para o lançamento das candidaturas de Diana Assunção e Marcello Pablito
Redação
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Diana Assunção e Marcello Pablito são colunistas do Esquerda Diário

Algumas centenas de trabalhadores, jovens, negros, mulheres se reuniram na Casa Operária Olavo Hansen na região oeste de São Paulo, no bairro do Rio Pequeno, para o lançamento das candidaturas de Diana Assunção à deputada federal, com o número 5052, e Marcello Pablito à deputado estadual, com o número de 50200.

O lançamento contou com trabalhadores de diversas categorias, como da Universidade de São Paulo, do Metrô e professores da rede municipal e estadual, bancários, trabalhadores terceirizados, do telemarketing e também com trabalhadores da indústria.

Diana Assunção e Marcello Pablito são colunistas do Esquerda Diário, e dirigentes nacionais do Movimento Revolucionário de Trabalhadores (MRT). As candidaturas são realizadas através da filiação democrática ao PSOL, e estão à serviço da luta contra a continuidade do golpe institucional que agora quer impedir a população de votar em quem quiser. O MRT e o Esquerda Diário defendem incondicionalmente este direito ao mesmo tempo que não apoiam o voto em Lula e no PT. As candidaturas de Diana e Pablito continuarão nas eleições as batalhas diárias do MRT para construir uma força militante à esquerda do PT.

O lançamento de hoje acontece em meio à um processo eleitoral tutelado pelo Judiciário, desrespeitando resoluções até mesmo da ONU, que determinou que o ex-presidente Lula deveria ter livre acesso à mídia.

Leia ao final todas as suadações feitas na atividade

Diana iniciou a sua fala destacando a tutela do judiciário e a continuidade do golpe no país, para implementar ataques ainda mais fortes do que o PT vinha fazendo.

“A primeira coisa que precisamos dizer é que estas são eleições para aprofundar o golpe institucional: o judiciário e a Lava Jato querem escolher a dedo o próximo presidente com o objetivo de continuar os ataques de Temer."

Ela continuou, "utilizam um punhado de juízes eleitos por ninguém, vários dos quais com mil e um laços com os Estados Unidos, e que ganham mais de 100 mil reais por mês em uma verdadeira farra de “auxílio-moradia”. É portanto uma eleição tutelada pelo judiciário que vem pra descarregar ainda mais a crise econômica sobre as costas dos trabalhadores e do povo”, disse Diana.

Sua fala continuou remarcando a luta incondicional pelo direito do povo decidir em quem votar e completou: “Não apoiamos o voto no PT, que abriu caminho ao golpe institucional ao governar com a direita, assumir os métodos de corrupção próprios do capitalismo e também atacar os trabalhadores, especialmente em momentos de crise como no governo Dilma em 2015.

Para que cessem os ataques contra os direitos básicos de acesso à educação, saúde e aos direitos dos trabalhadores que estão sendo brutalmente atacados pelos golpistas e seus aliados, Diana colocou em debate o programa que o MRT tem levantado e que as candidaturas levaram as eleições: pelo não pagamento da dívida pública.

Diana expôs as fortunas que são pagas nesta dívida, ilegal e fraudulenta: “O governo FHC gastou quase 6 trilhões com a dívida, o governo Lula mais de 7 trilhões, o governo Dilma gastou quase 8 trilhões. O governo golpista de Temer até o momento mais de 3 trilhões. Um valor a cada ano equivalente a 200 vezes o orçamento anual da USP, 220 mil escolas, a 1500 hospitais de alta qualidade ou a 5 milhões de moradias populares”.

Diana concluiu sua fala retomando a força da luta das mulheres. A dirigente do MRT questionou a ideia de representatividade e presença das mulheres no “poder” que tem sido muito difundida. Utilizando dos dados da revista Forbes, Diana nomeou várias das mulheres listadas como as “mais poderosas” do país, entre elas Carmen Lúcia, protagonista do golpe, Rosa Weber que preside o TSE e atua para impedir o direito da população votar em quem quiser, ou Milu Vilela do banco Itaú. “O que todas essas mulheres “no poder” tem a ver com a gente? Nada. Somos parte do mesmo gênero feminino, mas todo o resto nos separa profundamente. Fazer demagogia com as mulheres dizendo que as mulheres devem ir ao poder quando estão falando de empresárias e mulheres burguesas, é pra jogar nossa luta no lixo”, afirmou a candidata a deputada federal.

Tendo fundado o Pão e Rosas no Brasil, Diana destacou a importância do feminismo socialista na luta contra toda forma de opressão e exploração do capitalismo: “não somos uma no poder somos milhares nas ruas lutando por nossos direitos. Somos as mulheres trabalhadoras, as mulheres negras, as mulheres operárias das fábricas, as terceirizadas, as jovens estudantes, as trabalhadoras domésticas, as donas de casa, as desempregadas, as mulheres que morrem por abortos clandestinos, as que são assassinadas, as que são revolucionárias e querem mudar essa sociedade pela raiz, como nós.

Concluindo a atividade Marcello Pablito fez uso da palavra. Começou sua fala com uma emotiva lembrança de Cleuza, companheira do bandejão da USP que trabalhava a seu lado e estaria hoje no lançamento mas faleceu essa semana. Pablito remarcou como a dureza da vida dela e de tantas "guerreiras negras" e que ainda erguem um sorriso para continuar a luta cada dia são um enorme exemplo para a força que precisa ser expressada na candidatura.

A fala de Pablito saudou a presença de trabalhadores de várias categorias, vários deles trabalhadores da USP e terceirizados da região que compartilharam uma história de luta junto. O dirigente sindical e do MRT destacou a importância da luta destes setores profundos da classe trabalhadora brasileira, que se enfrentam com o racismo, com a divisão da classe trabalhadora entre efetivos e terceirizados. Ele afirmou:

"não aceitamos a divisão da nossa classe em trabalhadores de primeira e segunda categoria: somos uma só classe em uma só luta"

Marcello Pablito também fez um saudação especial aos jovens presentes: "quero saudar uma juventude que sempre lutou ao nosso lado, que nos momentos mais difíceis sempre foram uma injeção de energia para que nossos companheiros recuperassem a confiança nas próprias forças, que no ano passado arrancaram as cotas raciais e continuam contra o elitismo dessa universidade levantando a defesa do fim do vestibular".

Sua fala mostrou como em um país como o Brasil é impossível separar a luta da classe trabalhadora da luta contra o racismo: "toda essa exploração é inseparável da opressão que nós sofremos. Nós vivemos em um pais profundamente racista, foi o ultimo pais do mundo a abolir a escravidão, e para onde mais foram trazidos negros para ser escravizados depois dos indígenas que sofreram um verdadeiro extermínio".

Esta realidade histórica do país se vai mais viva nas cores dos ataques em curso depois do golpe institucional que aumentou a velocidade e intensidades que o PT já fazia: "A burguesia herdeira da escravidão faz demagogia dizendo que não há racismo, e que vivemos em uma democracia racial e falando que somos iguais para esconder que esta forma de nos tratar como inferiores, nos humilhando todos os dias serve para que se naturalize que os negros valem menos, que a carne mais barata do mercado seja a carne negra, que as mulheres negras sejam a pior media salarial do pais, recebendo 60% a menos que um homem branco, que os negros sejam o maior índice de desempregados, de analfabetos, trabalho precário. No Brasil são 28 mil mortes de negros todos os anos pela policia e também são os que mais morrem nas filas dos hospitais, nas enchentes, e desmoronamentos, são os que vão sofrer mais com a reforma trabalhista, da previdência e o desemprego."

E ao final de sua fala o dirigente do MRT afirmou: "Os patrões, os governantes e até mesmo alguns dirigentes sindicais querem convencer os trabalhadores de que como vivemos em uma democracia dos ricos, podre e degradada os trabalhadores não devem fazer politica. Dizem que nós devemos trabalhar disciplinadamente e, no máximo fazer greves por salários, mas não nos meter com politica. Dizem isso porque querem eles próprios poderem continuar fazendo a politica e assim manter a sua dominação sobre nós, e por isso a politica é dominada pelos empresários, pelas empreiteiras, pelos banqueiros e pelo agronegócio, os mesmos que estão envolvidos nos escândalos de corrupção que todos nós conhecemos."

Ele concluiu dizendo:

Uma visão assim é ainda mais criminosa quando a classe dominante, o judiciário e o capital estrangeiro chegam a prender arbitrariamente um ex-presidente justamente para que não esteja nas eleições e assim criar melhores condições para sufocar ainda mais a voz da esquerda, dos trabalhadores e da juventude. Para o azar da classe dominante nós não respeitamos os limites que querem nos impor, fazendo apenas lutas sindicais, mas no terreno politico apresentamos nossas candidaturas para opor à sua politica de exploração uma politica dos trabalhadores, de independência de classe e contra o capitalismo."

Leia todas intervenções que houve no lançamento

Maira Machado fazer uma saudação que abriu o lançamento. Professora Maíra Machado, professora, militante do MRT, atual candidata à deputada Estadual, foi a candidata à vereadora mais bem votada do PSOL nas eleições do ABC em 2016.

Maíra destacou como esta campanha de Pablito e de Diana são parte de uma mesma campanha e chapa nacional apresentada pelo MRT, todas em filiação democrática no PSOL. Esta chapa nacional inclui a própria candidatura de Maíra, a de Flávia Valle que será candidata à deputada federal em Minas Gerais e de Val Muller, que será candidata à deputada estadual no Rio Grande do Sul.

Em sua fala a Professora Maíra Machado, destacou os brutais ataques a educação em curso com o governo golpista de Temer e por parte do governador Alckmin em São Paulo. Chamou atenção como a implementação da Base Nacional Comum Curricular, que busca a implementação da Reforma do Ensino Médio, resultará em demissões de centenas de milhares de professores em todo o país, e a transformação da educação pública em semi presencial e em fechar escolas.

“Esse projeto já começou a ser implementado com a aprovação do teto dos gastos no serviço público por 20 anos, isso para reverter esse gasto para o pagamento da dívida pública”, afirmou Maíra. Também relembrou a grande luta travada pelos professores do município de São Paulo contra o SAMPAPREV, a tentativa de reforma da previdência que João Doria (PSDB) tentou emplacar contra os servidores municipais. Por fim, destacou que essa campanha em defesa da educação serão defendidas pelos candidatos do MRT junto à campanha pelo não pagamento da dívida, pelo direito da população decidir em quem votar e pelo direito ao aborto legal, seguro e gratuito.

Maíra e Diana farão lançamento de suas candidaturas em Santo André no próximo dia 26, veja aqui o evento.

Marília Rocha, diretora do Sindicato dos Metroviários, operadora de trens demitida política do governo Alckmin, recém readmitida na empresa estatal, destacou em sua fala os ataques dos governos tucanos que resultam em precarização do trabalho e privatização dos transportes. A metroviária destacou que “os principais candidatos das eleições para governador do Estado de São Paulo, como João Doria, Skaf e Márcio França, pretendem seguir com a política privatista e golpista de Temer”. Em sua fala também destacou como Luiz Marinho, do PT que afirma que governaria diferente, na verdade defende a mesma lei neoliberal que os golpistas, a lei de Responsabilidade Fiscal. Esta lei que significa cortes na saúde e educação para seguir pagando a dívida pública. Por fim, Marília também destacou o papel de Diana e Pablito, junto a sindicatos e trabalhadores, para dar solidariedade aos demitidos políticos do metrô, e como seu apoio foi crucial para a reintegração recém conquistada.

Logo após a saudação de Marília, Odete Cristina fez uma saudação em nome da juventude Faísca. A jovem estudante da USP afirmou que "nós jovens sabemos muito bem como o aprofundamento da crise vem retirando nossos sonhos e perspectivas de futuro. Se depender dos políticos capitalistas, para nós só vai estar garantido o trabalho precário e sem direito com a reforma trabalhista e a terceirização irrestrita, trabalhar até morrer com a reforma da previdência, e uma saúde e educação ainda mais precarizada, com o congelamento do orçamento pelos próximos 20 anos.” Sua fala também destacou fortemente o que vem acontecendo nas universidades, coibindo a pesquisa que sirva aos interesses dos trabalhadores e da população para favorecer o que melhor sirva aos capitalistas. Odete ainda lembrou como Temer quer acabar com toda a pesquisa a partir dos cortes que vem fazendo no Capes. Ao final, Odete faz um chamado à toda juventude, para se organizar e lutar contra os ataques, enfrentando o avanço do golpe, a arbitrariedade desse judiciário e a retirada dos direitos, construindo junto com a Faísca em cada local de estudo e trabalho a campanha de Diana e Pablito.

Logo após Odete, Claudionor Brandão, diretor do sindicato de trabalhadores da USP, e demitido político da USP da reitoria e dos tucanos, foi convidado para fazer uma saudação. Brandão colocou uma reflexão sobre a importância dos revolucionários utilizarem as eleições para fortalecer as lutas da classes trabalhadora. Sua fala concluiu com um chamado aos trabalhadores para se organizarem para combater os ataques do governo Temer e o aprofundamento do golpe.

 
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