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ELEIÇÕES 2018
Bolsonaro: repressão nas escolas, submissão às mulheres e omissão na saúde
Pedro Cheuiche

No debate da BAND, em temas fundamentais para a população como a educação elegeu a repressão a professores, e colégios militares como modelo. Na saúde pouco disse. Cada vez fica mais claro que ele não é nada diferente do que os políticos que diz abominar.

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Imagem: RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES

Bolsonaro expôs seu amplo show de horrores ontem no debate da BAND. Abusou, assim como todos os candidatos, tirando Boulos (PSOL), de utilizar as citações a Deus para adular o eleitorado cristão, demonstrando um pouco do quanto não há separação entre igreja e estado no Brasil. No caso do candidato reformado do exército, isso se enquadra em uma tática mais ampla de querer ’parecer viável’, para isso, ele vende inclusive um cristianismo que aparece nos tempos de eleição.

Bolsonaro, ao tentar ir ao centro, entretanto, oscila, e escorrega quando tenta se aprofundar em qualquer tema, além dos já habituais discursos opressivos com as mulheres, negros e LBGT´s. Defendeu a castração química voluntária como medida de redução de pena para estupradores (mas que mais parece uma simples vingança) e ainda fez questão de enfatizar que o estado não deve interferir no salário menor para as mulheres. Cinicamente, disse que daqui a pouco os homens é que terão que pedir um salário igual ao das mulheres, ignorando que somente para igualar a renda entre os sexos levarão pelo menos 80 anos (Fonte).

No tema da educação, o que Bolsonaro mais quer é disciplina militar como a única solução: "Havendo meios, nós devemos fazer um colégio militar em cada Estado cuja capital não o tenha", afirmou. Ficam as perguntas ao candidato da repressão: e os investimentos? capacitação de professores? estruturas nas escolas? merendas para as crianças?

Sobre o tráfico de drogas, disse que o problema são os direitos humanos. Ou seja, para solucionar a Guerra às Drogas a proposta do candidato é: mais repressão e mortes nas periferias, o que nunca funcionou, a não ser para os barões das armas e para os verdadeiros traficantes, que estão muito longe das favelas. Quando perguntado a saúde, e a eminente subida de mortalidade infantil no Brasil, Bolsonaro pouco disse, e, quando fica sem saber o que afirmar, como é de seu costume, repete qualquer tipo de bordão contra a esquerda.

Ao comentar sobre a reforma trabalhista, disse: "os trabalhadores vão ter que escolher entre menos direitos e emprego, ou mais direitos e nenhum emprego", adentrando o terreno de querer se tornar o candidato do regime que implementará de qualquer forma os ataques que começaram com Dilma, e que Temer aprofundou, com o golpe.

Isso tudo se alia com o fato de que ele quer se vender como um candidato "anti-regime" mas está na câmara de deputados há quase trinta anos, somente aprovou dois projetos, além de aceitar receber privilégios como o auxílio-moradia, mesmo tendo 5 apartamentos próprios. Ele ainda se justifica "está na lei". Bolsonaro mirou Marina Silva para direcionar suas perguntas, não à toa uma candidata que oscila entre o centro e a centro-direita, a fim de evitar qualquer polarização que fizesse parecer que ele não é o "radical" que o pintam. Em outras palavras, ele tenta andar na linha tênue entre querer ser um "outsider", e ao mesmo alguém viável, o que para quem conhece sua cartilha é um desastre, pois seu projeto é o aumento da dominação, e de aprofundamento do golpe, com os mesmos que ele diz ser "diferente".

Bolsonaro representa a bancada do boi, da bala e da bíblia. Quer transformar cada vez mais o Brasil num "celeiro do mundo", ampliar a submissão aos EUA e aos países ditos imperialistas. Com seu patriotismo "Made in EUA" já disse em outras oportunidades que defende a abertura da exploração comercial da Amazônia para todo o mundo, e a entrega da Petrobrás ao capital estrangeiro.

 
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