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ARGENTINA
Senado argentino vota contra a maré verde que ganhou as ruas pela legalização do aborto
Andrea D’Atri
@andreadatri

Com 38 votos contra, 31 a favor e 2 abstenções, o Senado rejeitou o projeto de legalização do aborto que já havia sido aprovado na Câmara de Deputados.

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Em uma sessão escandalosa de mais de 16 horas, o Senado reacionário acabou votando contra milhões de mulheres que já haviam conseguido arrancar a aprovação do aborto legal na Câmara de Deputados quase dois meses atrás.

Já naquela época, avisamos que para "a batalha do Senado" a luta tinha que ser redobrada; esse recinto é o território dos governadores do Cambiemos, do PJ e dos partidos estaduais, que atuam como verdadeiros senhores feudais. E como na Idade Média, eles são fiéis amigos do obscurantismo clerical.

A Igreja que sofreu o revés da aprovação na Câmara, não poupou em negociações e pressões, com ameaças incluídas, para evitar que a maré verde que enchia as ruas obtivesse um triunfo contundente. Com as verbas milionárias que obtém do Estado, a Igreja não hesitou em organizar uma verdadeira operação misógina, patriarcal e antidireitos para assegurar que o aborto permanecesse clandestino.

A primeira conclusão que este movimento de mulheres nas ruas hoje já tomou, sem dúvida, é que se queremos avançar em nossos direitos, temos que lutar pela separação entre a Igreja e o Estado, como foi cantado nas ruas e bares dos arredores do Congresso.

Mas a Igreja não agiu no vazio. Todos os partidos tradicionais que sustentam esse podre regime social e político têm suas alianças com o Vaticano. Todos contribuíram com seus votos contra as mulheres, do Cambiemos [de Macri] ao PJ, incluindo a Frente pela Vitória [de Cristina Kirchner], que havia prometido votar por unanimidade a favor do aborto legal e deu o golpe de misericórdia ao projeto de lei com a senadora García Larraburu.

Nós mulheres não devemos nada a esta casta de políticos a serviço dos interesses dos poderosos. Tudo o que já conquistamos foi com nossa luta. Nós viemos aqui sem o apoio, e às vezes com o boicote aberto, dos líderes de nossos sindicatos e organizações. Mas fizemos paralisações e mobilizações, porque sabemos que nunca conseguimos nada sem lutar.

A "Batalha do Senado" foi difícil. Mostrou-se que não podemos depositar expectativas nas manobras e no lobby parlamentar, que nosso destino não ficará nas mãos de negociadores especialistas, e muito menos no cálculo fortuito de probabilidades. Nossa força reside apenas em nossa organização. Portanto, vamos redobrar nossas forças, nos organizando novamente em cada escola, em cada faculdade, em cada escritório, em cada oficina, hospital, empresa, bairro. Continuaremos a nos mobilizar pelo nosso direito ao aborto seguro e gratuito. Porque já o tornamos legítimo e, mais cedo ou mais tarde, vamos impor a eles que finalmente, o façam lei.

Tradução: Douglas Silva

 
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