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POLÊMICA
É urgente lutar pela revogação integral da Reforma Trabalhista e pelo direito do povo decidir em quem votar
Rafael Magrão - Estudante de Geografia FSA
Taciana Garcia

As principais centrais sindicais do país estão convocando um dia nacional de paralisação para o próximo dia 10/08, chamado "O dia do Basta". Essa mobilização é parte de apresentar uma "Agenda prioritária para a classe trabalhadora", que não passa de um programa irrealizável sem romper com o capitalismo nos marcos da crise econômica brasileira, onde os capitalistas querem descarregar a crise sob nossas costas e aumentar a espoliação imperialista.

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O Comitê Regional do ABC composto por diversas organizações estudantis e de trabalhadores da região do ABC se reuniu no dia 31/07 para debater sua incorporação neste dia de luta, infelizmente decidiram por se incorporar a este dia acriticamente, aceitando assim a traição das centrais sindicais que levou a aprovação da reforma trabalhista, cancelando a greve geral após a poderosa força que demonstrou a paralisação do dia 28 de Abril, e que hoje não se enfrenta com a degradação do regime político brasileiro que impede a população de decidir em quem votar. Aqui seguimos a polêmica com as organizações que estiveram presentes nesta reunião.

Qual é a real intenção de chamar um dia de luta, sem discutir com os trabalhadores?

Os burocratas da CUT, CTB, Força Sindical, UGT, CSB, Intersindical e NCST convocam um ato sem pretensões de se enfrentar contra os ataques que atingem a classe trabalhadora, porque querem na verdade camuflar suas reais intensões utilizando um verniz superficial de lutadores, para usar este dia de "luta" como palanque eleitoral para dizer a patronal que continuarão na paralisia sem se enfrentar contra a reforma trabalhista ou a lei de terceirização, para tentar negociar seus próprios interesses como a questão do imposto sindical. Alias é importante enfatizarmos que estes mesmos burocratas, que estão integrados completamente ao regime e ajudam a administrar suas crises, assinaram um manifesto com 22 propostas acenando aos patrões que querem "modernizar as relações trabalhistas" como bem apontamos aqui. Em outras palavras e para que fique mais claro aos trabalhadores o porque da burocracia sindical convocar este falso dia de "luta": é para apresentar estas 22 propostas que estão cobertas de cinismo, hipocrisia e recheadas de demagogia. Este manifesto quase que majoritariamente não traz nenhuma solução para enfrentar esta maldita reforma trabalhista que brutalmente ataca nossa classe.

Entre estes 22 pontos vamos chamar a atenção para o ponto 6 que diz: "Revogar todos os aspectos negativos apontados pelos trabalhadores da Lei 13.467 (Reforma Trabalhista) e da Lei 13.429 (Terceirização), que precarizam os contratos e condições de trabalho, na perspectiva da construção de um novo estatuto, com valorização do trabalho" ou seja para a burocracia existem aspectos positivos dentro da reforma trabalhista, indiretamente querem fazer uma reforma dentro da reforma, não querem se enfrentar com os empresários utilizando os métodos da classe trabalhadora, mas sim aparecer como o setor que irá pactuar da melhor maneira as condições trabalhista de modo a mediar o antagonismo de classe, e continuar representando os interesses do ricos.

Ao não apresentar nenhuma medida real de luta contra as reformas, as centrais sindicais se unificam em apenas um aspecto, se apresentarem para os ricos e empresários em frente ao prédio da FIESP, como uma ferramenta útil para ajudar a implementar uma reforma trabalhista “viável” para “modernizar” as relações trabalhistas, demonstrando ao próximo governo, que estará a disposição para ajudar na implementação das reformas, seja qual for o novo presidente. O fato dessas centrais não levantarem nem mesmo a defesa do direito do povo decidir em quem votar, lutando contra a prisão arbitraria de Lula, demonstra o quanto estão resignadas e prontas para se adaptar a um regime politico que sequestra os direitos trabalhistas, mas também os direitos democráticos elementares conquistados com a constituição de 88 como o voto. Este dia será apenas utilizado pelo PT e seus parceiros como palanque eleitoral que pretende legitimar a degradação do regime iniciado com o golpe institucional, já que as grandes centrais sindicais do país como a CUT que é dirigida pelo PT, CTB pelo PCdo B são satélites dos petistas e a Força Sindical do pelego Paulinho da Força (Solidariedade) é tão degenerada que absurdamente apoia o tucano e golpista Geraldo Alckmim. Desta forma, os trabalhadores não podem ter nenhuma ilusão com este “dia do basta” que quer manter os ajustes contra a classe trabalhadora e o avanço do judiciário golpista.

É fundamental construir uma esquerda com independência de classe e anti imperialista

Na reunião do Comitê Regional do ABC, nós do MRT debatemos abertamente a necessidade de construir nos locais de trabalho e de estudo a luta contra os ajustes que já atingem a vida da classe trabalhadora e contra a ofensiva imperialista no país que utiliza da dívida pública como principal mecanismo de espoliação capitalista, assim como também se expressa de maneira mais gritante com a prisão arbitrária de Lula, e pelo sequestro preventivo do voto de milhares de pessoas que não podem decidir em quem será o presidente do país. Debatemos que a CSP-CONLUTAS acertadamente não assinou este manifesto junto as centrais sindicais, mas ainda assim segue convocando este dia de maneira acrítica sem desmascarar o PT, assim demonstrando mais uma vez sua adaptação lutista e sindicalista. Porém se ausentaram da reunião do Comitê Regional do ABC.

O PSOL que estava presente na reunião, ainda que no ABC tenha pouca expressão política, também se manifestou contrário a denunciar a política das centrais sindicais de aceitar a reforma trabalhista e de propor remendos a este enorme ataque a vida da classe trabalhadora, em especial das mulheres negras. Debatemos que o PSOL, nacionalmente, deveria utilizar seus parlamentares para exigir uma verdadeira luta contra as reformas de Temer, mas que infelizmente o que se demonstra é que sua estratégia eleitoralista impõem que estejam mais dedicados a investigar o problema dos Wi-Fi dos parques da região do ABC à se colocar contra o avanço do judiciário golpista e dos ataques aos trabalhadores.

O Renovar Pela Luta que compõem majoritariamente a direção da subsede da APEOESP de Santo André, assim como o Espaço Socialista que também é parte desta subsede com apenas uma cadeira, assim como membros do SintufABC negaram a denunciar a continuidade das traições da burocracia sindical que segue sendo um importante pilar do regime, para conter as crises políticas e frear a luta dos trabalhadores contra os ajustes. Assim como não se propõem a rechaçar os 22 pontos apresentados pela "Agenda Prioritária" das centrais, o que significa não batalhar por uma política de independência de classe, atrelando a política da vanguarda regional à esta política que tem como meta a estabilização do regime. Por este motivo, nós do MRT afirmamos na reunião que não iriamos participar de panfletagens ou ações que fossem trabalhar estratégicamente para manter o prestigio dessas burocracias que seguem sem pagar o preço de suas traições e de desarmar a classe trabalhadora, em um dos seus bastiões históricos.

Por isto além de rechaçar a politica do PT e das centrais sindicais de remendar a reforma trabalhista, dizemos abertamente que seja quem for que ganhe as eleições, será um governo mais débil e que será obrigado a seguir com os ataques, como exige o mercado financeiro internacional. A única possibilidade de impedir que a crise seja descarregada sob as nossas costas, é organizar desde a base a luta da classe trabalhadora contra as reformas golpistas e o avanço do judiciário. Infelizmente, a esquerda reunida no Comitê Regional do ABC não se coloca esta enorme tarefa de incentivar a auto-organização da classe trabalhadora nos locais de trabalho e estudo com uma política independente da classe trabalhadora para superar suas direções históricas e impor uma frente única operária, que reuna os trabalhadores de diversas categorias para unir as nossas fileiras e pela luta de classes derrotar os ataques e a ofensiva imperialista.

Seguiremos esta batalha nos locais de estudo e de trabalho onde atuamos para fazer surgir uma esquerda anti imperialista e de independência de classe para intervir nos processos decisivos da luta de classes.

 
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