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DIA DA MULHER LATINA E CARIBENHA
25 de Julho: marchar no Brasil pelas vidas das mulheres negras
Pão e Rosas
@Pao_e_Rosas
Quilombo Vermelho

Amanhã, 25 de julho, é dia que se organizam mulheres negras em toda a américa latina e caribe, no dia da mulher negra Latino-americana e caribenha.

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Aqui no Brasil, na cidade de São Paulo, ocorrerá um ato as 17h, na Praça Roosevelt, convocado pela Marcha das Mulheres Negras. O mote do ato convocado é “por todas nós e pelo bem viver: exigimos o fim da negligência e violência do Estado”.
Nós do grupo internacional de mulheres Pão e Rosas e do coletivo de negras e negros Quilombo Vermelho comporemos essa importante mobilização, levando até lá o espírito que nos move de ligar a luta das mulheres negras à luta internacional pela legalização do aborto, que levou milhares de mulheres e homens às ruas na Argentina e que assim obrigou que o Congresso, em sua maioria direitistas e religiosos, votassem favoravelmente - por uma diferença de quatro votos - a legalização do aborto. No dia 08 de agosto a decisão se encerra no Senado argentino, que também só votará pela legalização a partir do fortalecimento nacional e internacional da luta pela legalização do aborto, com a entrada em cena das mulheres que mais sentem na pele as mortes e a criminalização, que são as trabalhadoras e pobres.

Aqui no Brasil, todas as mulheres sofrem com a clandestinidade, mas as mulheres negras e trabalhadoras são as que mais morrem, são mutiladas e criminalizadas. No Rio de Janeiro, são 42 as mulheres que respondem processos criminais por abortos, quase todas negras. Em São Paulo, 16 mulheres estão presas pelo “crime” do aborto. Mas a criminalização não é o único problema. Por dia, são 4 as mulheres que morrem por abortos clandestinos, totalizando mais de 1300 mulheres por ano que são vítimas exclusivamente por não terem tido condições de pagar pelo procedimento em clínicas clandestinas.

No dia 25/07, anunciamos mais uma vez que nossa luta é independente do PT, que em 13 anos de governo, 6 deles com uma mulher à frente, rifou o direito ao aborto e garantiu que as bancadas reacionárias e religiosas ficassem tranquilas com a “carta a família e ao povo de Deus” que Dilma escreveu garantindo que não haveria legalização do aborto no Brasil durante o seu governo. Isso fez com que sob o comando de uma mulher, em média 7800 mulheres morressem por abortos clandestinos.

Também caminharemos em memória à Marielle, que foi assassinada por denunciar a violência policial e a intervenção federal, mostrando que no capitalismo, as mulheres são também impedidas de serem mmães, já que são as mortas pela polícia e as que choram as mortes de seus filhos pelas mãos da polícia. São também as mulheres negras e trabalhadoras as que mais sentem os ataques do golpe que Marielle e todos nós denunciamos. A reforma trabalhista que nos faz trabalhar grávidas em postos insalubres, a ameaça da reforma da previdência, a partir da qual querem arrancar nossas aposentadorias para dar mais dinheiro ainda para a dívida pública, uma dívida ilegal, ilegítima e fraudulenta, originado na escravidão e aprofundada na ditadura militar.

É com esse espírito, do rompimento das fronteiras com nossas irmãs argentinas, que convocamos as mulheres negras a estarem na marcha de amanhã, lutando pela vida das mulheres negras, pela legalização do aborto para que possa ser gratuito é oferecido pelo SUS, pela anulação das sentenças das mulheres criminalizadas pelo aborto e pelo fim de todos os processos criminais contra as que abortaram.

Exigimos também justiça por Marielle, pelo fim da intervenção federal no RJ e pela legalização das drogas, contra o discurso estatal de guerra ao crime que nada mais é do que argumento para intensificar o genocidio da juventude negra.

Abaixo também todas as reformas e ataques do golpe, assim como o fim da terceirização, que escraviza humilha e divide e que tem cara de mulher negra.

 
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