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ZUCKERBERG
Mark Zuckerberg permite disseminações sobre o Holocausto
Débora Torres

Mark Zuckerberg, que proíbe a circulação de conteúdos artísticos contendo nu, por exemplo, declara que não vê motivo para retirar do Facebook conteúdos que negam o Holocausto.

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Na última quarta-feira foi publicada uma entrevista no site de tecnologia Recode. Nela, Zuckerberg citou o Holocausto como um exemplo para opinar sobre como sua rede social deveria se portar diante de conteúdos falsos. Ele afirma que as postagens que contestam o extermínio de judeus na Segunda Guerra Mundial são ofensivas, mas que não vê motivo para esse tipo de absurdo seja removido do Facebook.

Mark Zuckerberg, em declaração recente, afirmou que as pessoas podem ter apenas “entendimentos errados” e declarou que não vê motivo para retirar conteúdo da plataforma.

Disse ainda que não crer que a plataforma deva retirar por achar que existem coisas que diferentes pessoas entendem errado: “Não acho que estão enganadas intencionalmente. É difícil impugnar a intenção e compreender a intenção. Não acho que seja a coisa certa dizer: “Vamos retirar alguém da plataforma se ela se enganar, mesmo que várias vezes”. O que faremos é dizer: “Tudo bem, você tem a sua página e, se não estiver tentando fazer mal a alguém ou atacar alguém, pode colocar o conteúdo nela, mesmo que as pessoas possam discordar ou considerá-lo ofensivo”.

Tais afirmações do empresário provocaram uma onda de reações e levantaram mais uma vez o debate sobre a responsabilidade de plataformas digitais como o Facebook em deixar expostos tais conteúdos que são verdadeiros ataques.

Muitas pessoas no entanto discordam de tais colocações. Dentre elas está o diretor da Liga Anti-Difamação, Jonathan Greenblatt, que em entrevista para CNN afirmou que a negação do Holocausto é “uma tática deliberada de antissemitas, odiosa, ofensiva e ameaçadora para os judeus”, o que imporia ao Facebook uma “obrigação moral e ética” de evitar sua disseminação.

Após a repercussão, o próprio Zuckerberg tentou atenuar o conteúdo de sua fala. Enviou um e-mail ao Recode, afirmando que negar o Holocausto é “profundamente ofensivo, e eu não pretendia defender a intenção das pessoas que fazem isso”.

Está claro que o argumento de "liberdade de expressão" utilizado por Zuckerberg não se aplica, já que quem nega o Holocausto está fazendo uma opção consciente do discurso de ódio, que atinge diretamente outros grupos religiosos, familiares e os próprios sobreviventes. Isso é tão grave quanto fazer apologia ao racismo ou a homofobia. A questão central é que se trata de uma grande contradição, já que conteúdos artísticos, por exemplo, são diariamente banidos por conterem nu ou imagens que foram consideradas "inadequadas". Mães em amamentação têm seus conteúdos banidos por serem considerados inapropriados para divulgação e circulação na internet. Ou seja, claramente há dois pesos e duas medidas para os critérios de moderação do site, e esses critérios são absolutamente controversos.

 
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