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MOBILIZAÇÃO CONTRA O AUMENTO
Brutal repressão da PM-MG ao ato contra o aumento das passagens em Belo Horizonte
Francisco Marques
Professor da rede estadual de Minas Gerais
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Nesta quarta-feira (12) se reuniram cerca de 1000 jovens no centro de Belo Horizonte contra o aumento no preço das passagens de ônibus. O ato foi convocado pelo Movimento Tarifa Zero e pelo Movimento Passe Livre – BH.

O aumento havia sido anunciado no dia 31 e suspenso no mesmo dia pelo Judiciário, a pedido da Defensoria Pública de Minas Gerais, que alegava falta de motivos para realizar o reajuste fora da data prevista no contrato (29 de dezembro). Depois, na noite do dia 7 a suspensão foi cancelada pelo judiciário, a pedido da prefeitura, e o aumento passou a vigorar na manhã do sábado (8), agora com a passagem a $3,40 em Belo Horizonte.

O ato cantava palavras-de-ordem questionando o aumento e a decisão do prefeito Márcio Lacerda (PSB) de priorizar os lucros do empresários do transporte contra os interesses da maioria da população. “Quero ver, quero ver, quem manda no busão, se é o povo unido ou o bolso do patrão” e “ô, motorista! Ô, cobrador! Me diz aí se seu salário aumentou” e diversas músicas contra o aumento das passagens e contra o prefeito da cidade.

Foto: O Tempo

Saindo da Praça Sete o ato subia a Rua da Bahia quando foi impedido pela PM (o Choque) em um cordão. O comando da PM exigiu que liberassem a via. Os manifestantes, defendendo seu direito de manifestação seguiram com a manifestação cortando a via.

A resposta da PM, então, foi brutal. Lançaram dezenas de bombas de gás lacrimogêneo e de “efeito moral” sobre o ato inteiro, além de balas de borracha disparadas à queima roupa. Seguiram com jogando bombas mesmo com uma jovem ferida e caído no chão, como se pode ver em um vídeo do coletivo Mariachi. Dezenas de manifestantes ficaram feridos; outras dezenas passaram mal devido ao gás lacrimogêneo. Ficou claro como a violência da repressão foi para encerrar o ato e deixar um aviso para as próximas manifestações. Não foi um ou outro “excesso” da polícia, mas uma ação que certamente foi planejada com antecedência.

Cerca de 50 manifestantes se refugiaram no Hotel Sol Belo Horizonte. Então a PM continuou sua “caçada” e invadiu o hotel, mantendo todos lá dentro em cativeiro, por mais de uma hora e meia sem que ninguém pudesse entrar (nem advogados), enquanto revistava e algemava diversos manifestantes, numa ação que claramente viola os limites mais básicos da legalidade. Foram pelo menos 20 presos.

No fim da noite, frente ao imenso rechaço à ação da polícia nas redes sociais, o governador Fernando Pimentel (PT) divulgou nota onde fala da apuração dos "lamentáveis fatos ocorridos". Poucos meses depois de reprimir moradores das ocupações urbanas que lutavam contra o despejo, quer dizer, cinicamente, que a repressão foi produto de um "excesso" de alguns "maus policiais" e não ordens suas, que é o comandante máximo da PM do estado. Na nota chega até a falar de "agressão a agentes públicos", quando todos os vídeos mostram o contrário.

Lacerda (amigo dos empresários do SETRA – Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte) e Pimentel são os responsáveis por todos feridos e por todas arbitrariedades da polícia. Os manifestantes, as organizações de esquerda, sindicatos e entidades estudantis, devem lutar pela libertação dos presos e pela punição de todos os responsáveis pelos feridos desta noite.

Fotos seguintes: PSTU


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