Você, usuário do metrô de São Paulo, já deve ter reparado que por estes dias sua locomoção vem sendo tomada por uma música ambiente nos vagões do trem. Segundo a Companhia do Metropolitano de São Paulo esta iniciativa é uma forma de diminuir o stress do usuário. Entretanto, essa ideia chega a ser cômica já que o próprio sistema de transporte é uma das principais causas de stress e não somente por ser cansativo ter que atravessar a cidade para ir de sua residência ao local de trabalho – como é a realidade de muitos trabalhadores – mas sim pelo sucateamento deste sistema como política vigente em pró da privatização do transporte.
É inegável as faltas de condições materiais nos transportes, como o superlotamento, trens e estações cada vez mais depredadas, a falta de trabalhadores para auxiliar, dentre tantas outras as quais não ficaremos citando por que alongaria a nota. Esse sucateamento visível e sentido diariamente por vários usuários e trabalhadores do metrô de São Paulo é uma política do governo do Estado para abrir brecha para a privatização, tentando ganhar a opinião pública para tal.
O que o Estado propagandeia aos “quatro ventos” é que não tem condições econômicas para manter o transporte público e assim vai aplicando inúmeros ataques aos trabalhadores do metro – vide as demissões feitas no decorrer dos anos – e aos usuários. Entretanto, essa iniciativa da companhia mostra essa hipocrisia, já que será pago a empresa responsável - o Instituto de Cultura e Cidadania (iCult) - pela lista de 200 músicas, que vem sendo reproduzidas pelo sistema de som já existente nos vagões, a bagatela de R$ 40 mil por mês pelo Governo de São Paulo, sendo matéria do Tecmundo.
Fica claro que essa tentativa de alívio ao usuário pelo Governo de São Paulo na realidade é uma enrolação já que a forma efetiva para diminuir o stress do usuário está na melhoria do transporte pública que perpassa pelo investimento e melhoria das condições de trabalho dos metroviários e dos trens. Obviamente isso não irá acontecer pelas mãos deste governo que participou do propinoduto e da fraude da merenda escolar. Também não será pelas mãos de empresas que só pensam em seus lucros e não nas condições do usuário.
|