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Um terço das crianças mais pobres do país está fora da creche por falta de vaga
Barbara Tavares

Segundo dados da Pnad 2017 Educação, pesquisa realizada pelo IBGE, divulgados nesta sexta-feira (18), um terço das crianças de 0 a 3 anos mais pobres do Brasil está fora da creche por falta de vaga.

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Existe uma correlação entre a renda das famílias e a oferta de vagas em creches no Brasil, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) divulgados nesta sexta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Entre as crianças de 0 a 3 anos que pertencem aos 20% com a renda domiciliar per capita mais baixa do país, 33,9% estão fora da escola porque não existe vaga ou creche perto delas. Já entre no grupo de 20% com a renda mais alta, esse problema só atinge 6,9% das crianças. Ou seja, os filhos das famílias mais pobres são os mais afetados pela falta de investimento em creches públicas no país.

De acordo com Marina Aguas, coordenadora da pesquisa, existe "uma associação muito forte" entre a renda e a escolaridade da população que começa inclusive na idade pré-escolar. Ela ressalta, ainda, a importância do acesso à educação na primeira infância. "Existe todo um debate enorme sobre o desenvolvimento cognitivo, da primeira infância, mostrando que o aprendizado nessa idade é muito importante para o futuro."

Mas os governos demonstram não se importar com o desenvolvimento e o acesso à educação pública, gratuita e de qualidade para nossas crianças, e nem as leis. Oferecer vaga em creche para todas as crianças não é obrigatório para o governo brasileiro.

Diante dessa situação alarmante alguns pais entram com processos judiciais na busca de garantir o direito à educação de seus filhos, mas a maioria se vê obrigada a recorrer a outras alternativas, muitas vezes tendo que pagar, para garantir o cuidado e educação dos filhos.

Muitas mães são obrigadas a deixar seus trabalhos fora de casa para cuidar dos filhos que não conseguiram matrícula. O que não só interfere no direito elementar à maternidade que deveria ser assegurado pelo Estado, mas também aumenta as dificuldades financeiras de muitas famílias. Também em vários casos a falta de vagas interfere inclusive na própria educação das mães e pais, pois estes não podem deixar seus filhos na creche para seguirem seus próprios estudos.

Mas a resposta que o governo Temer tem para as demandas educacionais básicas no país é a negligência no repasse das verbas devidas para a construção de novas escolas como um direito à população, usando como justificativa a crise econômica, que querem descarregar nas costas dos trabalhadores através dos ajustes, reformas e retiradas de direito.

É preciso e urgente que o governo brasileiro, os governos dos estados e as prefeituras deem prioridade para garantir a abertura de vagas que satisfaça toda a demanda e que contrate novos professores e funcionários para realizar o serviço nas escolas infantis e creches.

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