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QUE OS CAPITALISTAS PAGUEM PELA CRISE
Por que fazer parte da campanha pelo não pagamento da dívida pública?
Marcelo Tupinambá

A crise econômica no Brasil segue mostrando sua gravidade. Os capitalistas estrangeiros e nacionais, e os governos que estão a serviço deles, querem seguir descarregando a crise nas costas dos trabalhadores e do povo pobre, aumentando o desemprego, atacando nossas aposentadoria e todos gastos sociais. Não podemos deixar. Nessa crise, são eles ou nós! Lutemos pelo não pagamento da dívida pública, porque as nossas vidas valem mais que o lucro deles. Construa conosco essa campanha lançada pelo MRT e o Esquerda Diário.

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Neste vídeo e neste artigo, explicamos o que é a dívida pública, porque ela é ilegal, ilegítima e fraudulenta e um mecanismo estrutural de subordinação do país aos interesses dos imperialistas e grandes capitalistas nacionais.

É comum os governantes dizerem que não há dinheiro para as demandas dos trabalhadores e do povo pobre. Foi o argumento para os ataques que vieram após o golpe institucional, que veio para aplicar ataques mais profundos do que o PT já vinha fazendo.

O que os governantes não dizem na hora de atacar é que a suposta “falta de dinheiro” é, em primeiro lugar, porque uma enorme parcela do orçamento federal vai para o “bolsa banqueiro” da dívida pública.

Como mostramos no gráfico abaixo:

Ou seja, tem dinheiro, mas quem manda no Brasil é o grande capital estrangeiro e nacional, que faz o que quer, com governos que são verdadeiros fantoches em suas mãos. Este 1 trilhão gastos com a dívida pública nos últimos anos, equivale ao orçamento de 200 USP, ou de 1000 UERJ ou 2500 UFRJ.

Não contentes com esse assalto ao dinheiro do povo (impostos) para o capital financeiro pela via do pagamento da dívida pública, dizem que precisa privatizar para “fechar a conta”, mas vendem tudo a “preço de banana”. Temer vendeu há poucos dias para a Shell, Exxon e outras imperialistas uma enorme parcela do Pré-sal por míseros R$ 3 bi, mas o gasto anual com a dívida pública é 300 vezes esse valor, que é o mesmo que querem vender a CEDAE (empresa de saneamento do Rio de Janeiro).

São denúncias como essas que estamos fazendo no Esquerda Diário e essa semana começaremos a distribuição de milhares de panfletos em diversos locais de trabalho e estudo em diversos estados do país, fazendo um chamado a fortalecer essa campanha.

O imperialismo e os grandes capitalistas cada vez mais agressivos para que nós paguemos pela crise

Depois de muita propaganda de uma “retomada” da economia que o povo nunca sentiu, o último mês foi marcado por fatos que reafirmam que a perspectiva não é de melhora gradual e que os poderosos estão cada vez mais agressivos para descarregar a crise nas nossas costas.

Nos últimos dias o Brasil foi vítima de um ataque especulativo do capital financeiro que tem o objetivo de pressionar pela reforma da previdência e ditar regras nas eleições brasileiras. O ataque especulativo com a fuga de capitais provoca uma desvalorização do real (queda do poder de compra do salário), a queda da bolsa de valores e outras conseqüências, como o aumento da taxa de juros, exigindo cada vez maiores parcelas das riquezas nacionais. Para garantir mais ataques e cada centavo dos seus interesses, os imperialistas atacam como querem a economia nacional, que mostra sua total dependência do “humor” do fantasmagórico “mercado”.

O golpe institucional, a Lava Jato e a prisão de Lula vieram para defender estes interesses porque a subordinação dos governos do PT, que era muita, para eles não basta. Querem deixar o recado bem claro para qualquer candidato a presidir o país: quem não atender à risca os interesses do capital financeiro, “vai sofrer”.

Por sua vez, Trump segue mostrando que quer fazer o país sangrar. Com uma canetada taxou a importação do aço brasileiro e já estamos pagando com demissões no setor. A ameaça do aumento da taxa de juros oficial é permanente, enquanto isso os capitalistas especulam exigindo mais e mais dinheiro do governo, sempre disposto a entregar mais aos donos da dívida.

Desde a campanha, Trump dizia “America first”. Os imperialistas querem no governo um “novo Temer”, garantidor de ataques e submissão muito mais aprofundada.

A paralisação dirigida pela patronal dos transportes rodoviários (caminhoneiros) foi outra mostra de que os grandes capitalistas usam “métodos radicais” para garantir seus lucros. Pararam o país para garantir subsídio ao diesel. Para patrão, tem dinheiro! É por isso que aumentou a gritaria de outros capitalistas com pressões para arrancar mais subsídios do Estado. Tiraram de programas sociais, da saúde e educação. Nós que pagamos a conta, que se completa com a inflação ainda mais absurda dos alimentos, a alta dos demais combustíveis (fora o diesel) e do gás de cozinha.

Não há margem para ilusões reformistas e conciliação: somos nós ou eles!

Enquanto os imperialistas e grandes capitalistas mostram que para eles não bastou o golpe e os ataques que já passaram, as direções do movimento de massas seguem impondo a paralisia e não apresentando nenhuma resposta.

O PT não mudará sua marca constitutiva de conciliação e de apostar somente numa estratégia eleitoralista, que submete as demandas da classe trabalhadora aos objetivos deles de elegerem o PT alimentando ilusões nessa via, sempre contrapondo a apostar na luta de classes.

Mesmo tendo sofrido um golpe institucional e tendo Lula preso arbitrariamente, traíram o caminho da greve geral para barrar os ataques dos golpistas porque tem mais medo da luta de classes do que da direita. Assim, traindo luta a luta, greve geral em greve geral, abriram espaço para que a insatisfação com Temer e os ataques pudesse ser capitalizada pela patronal com a paralisação dos caminhoneiros, e com a CUT traindo uma vez mais deixando os petroleiros isolados.

Em relação ao roubo da dívida pública, o PT não questiona nada. Foi um “aluno exemplar” em subordinação ao imperialismo, como mostramos no gráfico acima. Também já mostrou que quando há crise econômica, respondem com ajustes como a direita, como foi o segundo governo Dilma.

Ao mesmo tempo que nós do MRT batalhamos contra a prisão arbitrária de Lula e pelo direito do povo decidir em quem votar, dizemos que é uma farsa o que o PT está apresentando agora como promessas de um eventual novo governo petista.

Não se engane: em meio à crise, um novo governo do PT será ainda pior que o último governo Dilma.

Por sua vez, o pré-candidato pelo PSOL, Guilherme Boulos, diz que a dívida pública “não é o maior problema” e se nega a defender o não pagamento, propondo uma reforma tributária tímida, e não por isso deixa de ser irrealizável no marco da agressividade dos capitalistas para que “os de baixo” paguem a crise.

Nossas vidas valem mais do que seus lucros: pelo não pagamento da dívida pública

A gravidade da crise e a agressividade do imperialismo e dos capitalistas exige uma esquerda que parta da realidade de que só com a ruptura com o imperialismo e os capitalistas é possível dar uma saída para a crise e atender as demandas estruturais dos trabalhadores e do povo pobre. Uma esquerda que desmascare a ilusão reformista do programa que o PT e Guilherme Boulos apresentam nestas eleições. Que apresente um programa que seja capaz de fazer com que os capitalistas paguem pela crise que eles criaram, começando pelo não pagamento da dívida pública, superando todas influências daqueles que por diferentes maneiras naturalizam a dívida defendendo sua auditoria, que aceitam que existira uma parte “legal” desse roubo. O desafio ao imperialismo não pagando a dívida teria que se ligar com a estatização dos bancos e o monopólio do comércio exterior e a luta por um governo dos trabalhadores de ruptura com o capitalismo, como desenvolvemos aqui.

Para isso, é necessário uma enorme mobilização operária e popular, com independência de classe, que deve partir da reversão de todos os ataques em curso, em base a uma frente única operária, que obrigue a burocracia das centrais sindicais a romperem sua paralisia e traições.

Chamamos todos os trabalhadores e jovens a construir conosco essa campanha pelo não pagamento da dívida pública porque sem construir uma esquerda, em cada local de trabalho e estudo, que apresente de fato uma saída de fundo para a crise, que defenda a ruptura com os imperialistas e capitalistas, vamos seguir vendo a direita avançar sem ter uma alternativa para apresentar, que precisa superar a experiência trágica petista de alimentar ilusões em reformas pela via eleitoral que nos levou ao golpe e seu aprofundamento que vivemos hoje.

Os trabalhadores podem vencer, podem fazer os capitalistas pagarem pela crise, para isso essas reflexões e programas precisam virar correntes militantes nos locais de trabalho que se coloquem a tarefa de construir um instrumento para estas tarefas, um partido revolucionário de trabalhadores.

 
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