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RACISMO
Nota de repúdio aos ataques racistas contra estudantes da UERJ, UCP e UFF
Guilherme Hamilton dos Santos Silva
Estudante de Historia UERJ
Pedro Cheuiche
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Os jogos jurídicos universitários 2018 se tornaram palco de acusações gravíssimas de racismo durante os Jogos Jurídicos, que reúnem estudantes de diversas universidades do curso de Direito. O evento que ocorreu nos dias 2 e 3 de junho contou com inaceitáveis episódios de racismo. Na madrugada do dia 02/06 uma integrante da atlética PUC-Rio teria lançado uma casca de banana em um jogador negro da UCP (Universidade Católica de Petrópolis). A Liga organizativa exigiu que a Atlética da PUC – RIO se pronunciasse, e estabeleceu uma multa de R$ 500,00, proibindo a torcida em um jogo, retirando o título estadual deste ano da PUC-Rio e proibindo a participação da universidade nos próximos jogos jurídicos.

Infelizmente esse não foi o único relato de racismo envolvendo os Jogos Jurídicos. Depois do jogo de basquete masculino, há relatos de que membros da atlética PUC- Rio teriam imitado macacos com intuito de ofender estudantes da UERJ. Em seguida o alvo dos racistas teria sido uma atleta da UFF (Universidade Federal Fluminense) que de acordo com os relatos também foi chamada de “macaca”.

Após esses episódios, a reitoria da UERJ também declarou seu repúdio, e em uma carta juízes negros também condenaram o absurdo caso de racismo. A PUC-Rio informou também que fará uma comissão de professores foi constituída para averiguar as denúncias nos próximos 15 dias.

Como podemos ver esses episódios de racismo se repetiram nesses espaços de disputa esportiva, que deveria ser um ambiente de convivência e lazer entre estudantes das universidades. Porém, muitas vezes vem ao público cantos machistas e sexistas durante esses eventos, sendo que essas manifestações absurdas de racismo e machismo vem de setores que estudam em várias universidades.

A universidade tal como existe hoje expressa em seu interior as contradições que a sociedade capitalista, como uma sociedade de exploração e opressão, tem. Tal como existem opressores e exploradores, dentro da universidade há setores que reproduzem o que existe de pior produzido por esse sistema. Sabemos que o capitalismo não pode existir sem o racismo e o machismo. Por isso precisamos dar um basta a essas manifestações racistas. A maioria dos estudantes não pode ser condizente ou ficar passiva frente a essas expressões de racismo, ou de machismo e homofobia. É preciso que os estudantes tanto da UERJ, como da PUC-RIO, UFRJ e UFF se unam contra essas expressões inadmissíveis de racismo, ou qualquer outra dirigida contra mulheres, LGBTS e setores oprimidos que possam ocorrer. É muito importante que os estudantes da PUC-RIO se pronunciem nesse sentido, e que juntos aos da UERJ, UFRJ e UFF possamos organizar uma ampla campanha contra o racismo nas universidades.

É construindo um movimento estudantil com uma perspectiva de que o papel da universidade, para que de fato essa deixe de ser cada vez mais precarizada, ou em outros casos elitizada, mas que se coloque a serviço dos interesses da classe trabalhadora e do povo que poderemos acabar com o racismo, o machismo e a homofobia em seu interior. Quando o conhecimento que é produzido pela universidade deixa de ser crítico, e fica à mercê de empresas multinacionais para a multiplicação de seus lucros, que essas expressões do que existe de mais podre do sistema capitalista tendem a se expressar. Esse modelo acaba por incentivar a reprodução de outras opressões como o machismo a homofobia, e principalmente ao racismo pois condiciona os estudantes a uma lógica capitalista que não os torna sujeitos e nem dá acesso ao que deveria ser um direito básico.

Por isso nós do Quilombo Vermelho e da Juventude Faísca convidamos a todos por rechaçar esse caso inadmissível de racismo, e a lutar por uma universidade mais inclusiva, democrática, e que através da mobilização questione profundamente o papel que cumpre a Universidade de classes na sociedade de classes. Assim podemos ligar a luta contra o racismo com a luta contra esse sistema que alimenta as opressões para nos explorar mais que se chama capitalismo.

 
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