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VIVA A LUTA PALESTINA
Bloco de Israel na Parada: LGBTfriendly com as mãos sujas de sangue de corpos palestinos?
Simone Ishibashi
Rio de Janeiro
Virgínia Guitzel
Travesti, trabalhadora da educação e estudante da UFABC

No dia 03 de junho acontece a 22ª Parada LGBT de São Paulo, que reúne uma multidão, a maior parada do mundo. Apesar de a cada ano ter um caráter cada vez mais festivo, com artistas renomados e maior peso do PinkMoney, a Parada sempre foi uma manifestação que expressa a aspiração dos direitos dos LGBTs em sua luta contra a homofobia e transfobia existente na sociedade capitalista. Dessa maneira, uma referência para todos os setores oprimidos que sofrem discriminação. O dia em que se pode ser quem se é, na rua.

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Na edição desse ano foi anunciada a participação de um bloco intitulado “Tel Avivi”, organizado pelo estilista Alexandre Hercovitch, que anunciou que organizará centenas de pessoas nessa que é uma ação idealizada pelo consulado Consulado Geral de Israel, pela Câmara de Comércio e Turismo LGBT do Brasil e pela AccorHotels. Uma iniciativa que visa promover a falácia de que o Estado sionista de Israel seria um baluarte da democracia e da tolerância, o "lgbtfriendly". Trata-se de uma falácia absurda, que se torna ainda mais clara quando se vê o saldo de mais uma ofensiva de Israel contra os palestinos na Faixa de Gaza, responsável pela morte de quase 300 pessoas, inclusive crianças queimadas vivas, além de mais de 2 mil feridos.

Esse foi mais um capítulo da história de colonialismo, sangue e destruição que Israel protagoniza há 70 anos, desde que a sua fundação foi votada na ONU, que expulsou, mata e condena até hoje os palestinos a viverem em uma parcela ínfima de suas terras ancestrais, sem nenhuma contiguidade, tendo o seu o elementar de ter um Estado negado sistematicamente. Um Estado sionista, racista e opressor que desde sempre atuou como um enclave a serviço dos interesses norte-americanos. Como se não bastasse o Estado de Israel agora aprofunda sua relação com Donadl Trump, a cara mais machista, racista e xenófoba do imperialismo, que transferiu sua embaixada para Jerusalém atropelando a reivindicação histórica do povo palestino de novamente ter acesso à cidade. Como pode um aliado de Trump ser um LGBTfriendly?

Dessa maneira, a imagem de que Israel seria um oásis de tolerância em meio aos povos do Oriente Médio é algo totalmente falso, e que serve aos interesses do imperialismo. O Estado sionista é justamente o oposto disso. Há alguns anos Israel impulsiona uma campanha cujo mote é “tingir de rosa”, para transmitir a ideia de que é tolerante com os LGBTs, e com as diferenças. Investindo muito dinheiro vinda da sua burguesia aliada aos Estados Unidos, essa é uma tentativa da decadente Israel de aprofundar seu “soft power” promovendo a mentira descarada de que é tolerante com os setores oprimidos. Essa propaganda mentirosa é o que está por trás do sucesso de pink money (dinheiro rosa) que jorra para Tel Aviv, que é vendida nas agências de turismo gay como um paraíso de tolerância, promovendo festas imensas voltadas aos LGBTs enquanto crianças palestinas gritam com os frequentes ataques, alguns com fósforo branco, arma química ilegal. Dessa maneira Israel sequestra a causa LGBT para tentar esconder seu caráter de Estado opressor e assassino do povo palestino. Além de cínico é de um oportunismo atroz.
Como resposta ao Bloco Tel Aviv na Parada LGBT desse ano, Linn da Quebrada cancelou sua participação afirmando que iria aderir ao boicote artístico que vários artistas vinham adotando contra Israel, por conta do assassinato sistemático do povo palestino. Assim como ele, não se descarta que esse repúdio se expresse em outros nomes importantes para a causa LGBT.

A questão aqui não se resume à participação do Bloco Tel Aviv na Parada LGBT. Vai muito além. Trata-se da necessidade de que todos os que sofrem com a homofobia e transfobia em nosso país, um dos que mais mata LGBTs no mundo, partam da solidariedade com a causa palestina. Não é possível fechar os olhos para o massacre que Israel realiza, e pela negativa sistemática do direito elementar dos palestinos de retornarem às suas terras ancestrais. Quem perpetua tal massacre não pode ser visto como um aliado da causa LGBT. É nesse sentido que os LGBTs devem se posicionar em relação a política assassina do Estado de Israel, colocando em defesa do povo palestino, suas demandas, que só podem se resolver completamente com o fim do Estado sionista, abrindo caminho para uma Palestina laica, operária e socialista, livre da opressão e da exploração.

 
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