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JUVENTUDE
A juventude precisa de um programa de independência de classe frente à crise dos combustíveis
Vitória Camargo
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Na última semana, a alta dos combustíveis, a serviço das políticas privatistas e dos interesses imperialistas na Petrobrás, que querem os combustíveis cada vez mais caros para que atraiam mais investidores estrangeiros, tem revelado disputas intraburguesas por fatias dos subsídios estatais, expressas no movimento pró-patronal dos caminhoneiros. Grandes transportadoras do país, ligadas intrinsecamente ao agronegócio, têm como saída preços subsidiados do óleo diesel, colocando que se corte de outras áreas, como saúde, educação e seguro-desemprego para garantir seus lucros. Com esse movimento reacionário, Bolsonaro se fortalece eleitoralmente e as Forças Armadas por ora aparecem como “mediadoras amigáveis”, aprofundando seu bonapartismo enquanto árbitra da ordem do país, com a repudiável Garantia de Lei e Ordem, sob pedidos de intervenção militar. O que todas as frações burguesas têm em comum são o programa de ajustes, privatização de nossos recursos naturais e Reforma da Previdência.

Nosso papel é apoiar fortemente a luta dos trabalhadores da Petrobrás contra a privatização e pela redução do preço dos combustíveis. Enquanto o Judiciário, pelo TST, e a polícia anunciam medidas repressivas contra o direito de greve desses trabalhadores, os patrões do agronegócio e dos transportes recebem tolerância e subsídios do Estado.

As traições do PT e da CUT abriram espaço para que fosse a direita que capitalizasse a indignação abafada, fazendo demagogia com as demandas populares - já que nem tocam na gasolina e no gás de cozinha. A juventude que saiu às ruas em junho de 2013 expressou seu grito frente às ruínas das ilusões petistas baseadas na ideia de que “pouco a pouco, juntos, todos ganhariam” e que começavam a demonstrar suas falácias com a crise capitalista, tendo o PT mantido, em seus 13 anos de governo, a submissão do país ao imperialismo, aberto espaço para a direita que seria agente do golpe e alimentado a desmoralização em setores de massas como principal pilar de contenção no regime político. Também o freio do PT e da CUT contra o golpe institucional, que despertou a indignação em amplos setores de jovens, que viam que de Temer, do Congresso, do Judiciário, da Globo e do MBL nada de bom poderia vir, deixando avançar ataques contra a classe trabalhadora e a juventude, seguiu o curso de escoar às urnas a vontade de trabalhadores de lutar. Os jovens que se incendiaram no ano passado com a enorme potência da classe trabalhadora capaz de parar o país, como no 28 de Abril, seguiram vendo a traição das centrais sindicais e de suas entidades estudantis, como a UNE.

Os golpistas aprovaram a PEC do Teto dos Gastos, a Reforma do Ensino Médio, a Lei de Terceirização Irrestrita e a Reforma Trabalhista. Com isso, enquanto demonstram que querem destruir qualquer perspectiva de futuro para a juventude, relegando à maioria, se não o desemprego esmagador, postos de trabalho cada vez mais precários e ataques à educação, fortalecendo grandes monopólios privados como a Kroton, enquanto seguem pagando bilhões todos os anos à dívida pública, como verdadeira “bolsa-banqueiro”, a direita busca capitalizar o descontentamento com o movimento reacionário em curso.

Ainda assim, muitos jovens se sentem desconfiados. Ao mesmo tempo em que o PT e a esquerda aplaudem o movimento, na contramão de transformar essa desconfiança em força real, a juventude deve buscar uma alternativa. A classe trabalhadora precisa ser sujeito independente no país, e não ficar a reboque de interesses burgueses e da direita. É preciso levantar um programa de independência de classe. A redução de todos os combustíveis é possível apenas com a defesa de uma Petrobrás 100% estatal, contra as aves de rapina do capital estrangeiro, gerida pelos petroleiros e sob controle popular, de modo que nossos recursos naturais não estejam à mercê de uma burocracia estatal que alimente esquemas de corrupção, como tem sido desde a ditadura, com FHC e nos anos de PT. Para que a greve dos petroleiros seja vitoriosa, é necessário que a CUT convoque uma paralisação nacional por essas demandas, apoiando lutas em curso, como os metroviários de BH, os professores das escolas particulares de São Paulo e nas universidades estaduais paulistas, com a juventude se aliando aos trabalhadores.

Nesse sentido, é preciso construir uma juventude anti-imperialista e que tenha como centralidade um programa de independência de classe, construindo uma aliança explosiva com os trabalhadores como únicos sujeitos que podem responder à crise dos combustíveis e fazer com que sejam os capitalistas a pagarem a conta da crise que eles mesmos criaram. Chamamos jovens estudantes e trabalhadores a travarem essa batalha com a Faísca - Anticapitalista e Revolucionária.

 
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