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CRISE COMBUSTÍVEIS
O PT abriu caminho aos subsídios patronais para a privatização e à corrupção na Petrobrás
Letícia Parks
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Charge de Latuff de 2013 contra o leilão do Pré-Sal, petroleiros fizeram greve de 5 dias naquela ocasião contra a privatização conduzida por Dilma

Desde o golpe em 2016 os trabalhadores foram vítimas de uma escalada de ataques contra nossos direitos e contra nossa qualidade de vida. Perdemos escolas, hospitais e postos de saúde, além da reforma trabalhista, que aos poucos vem sendo aplicada, desvalorizando os salários e tornando o trabalhador ainda mais exposto à opressão do patrão.

Muitos destes ataques já vinham sendo articulados pelo próprio PT enquanto era governo, especialmente no segundo mandato de Dilma Rousseff. Além do ajuste aplicado sob tutela de Joaquim Levy, ministro da Fazenda de Dilma, o PT mostrou ter assimilado os mesmos métodos de corrupção tradicionais dos capitalistas, pavimentando o caminho à direita. Hoje, frente a enorme crise que se abriu com a alta do preço dos combustíveis, alegam que em seu governo “uma crise como essa não se abriria”. Ora, mas foi justamente em seu governo que as alianças políticas com os setores privatistas e corruptos da Petrobrás, e a entrega dos recursos nacionais aos acionistas, não só se mantiveram como se aprofundaram.

A corrupção avassaladora na Petrobras teve um papel prioritário em abrir caminho ao golpe institucional, cujos agentes – midiáticos, judiciais e políticos – buscam privatizar a Petrobras. Nos governos do PT houve uma enxurrada de indicações de burocratas sindicais e amigos de direita do PT para os cargos administrativos da empresa. Renato Duque por exemplo, amigo pessoal de Lula, foi indicado por este último para o cargo de diretor de serviços da Petrobras. Depois se comprovou seu envolvimento com esquemas milionários de corrupção. Nestor Cerveró, indicado por Lula em 2008 como diretor da BR Distribuidora, é outro dentre os centenas de envolvidos ao esquema de corrupção da Petrobras. Essa assimilação dos mesmos métodos de corrupção da direita foi o auxílio desejado pelo capital estrangeiro, que através da reacionária Lava Jato e Sérgio Moro buscam engolir a estatal e substituir um esquema de corrupção por outro.

Hoje as patronais da logística e do transporte, com grande apoio dos comerciantes e do agronegócio, querem redução dos impostos para aumentar seus lucros. A resposta de Temer são novos impostos para que não caia a arrecadação e assim continuar pagando fortunas aos donos da dívida. Essa reivindicações de subsídios a seus lucros não é algo que os patrões inventaram com Temer, exigem o tratamento que o PT concedeu às montadoras e ao setor elétrico, fazendo todo mundo pagar contas exorbitantes de luz para que fosse mais favorável o negócio da venda de distribuidoras e geradoras de energia. É isso que querem os patrões do transporte: que toda a sociedade pague por seu diesel e eles encham os bolsos.

Além disso, sem diferença estrutural com os anos neoliberais de FHC, também sob os governos do PT, se favoreceram subsídios aos acionistas privados e o chamado “modelo de partilha”, que concedia 70% da exploração do pré-Sal para empresas internacionais “parceiras” da Petrobras. Tudo isso, junto à aliança do PT com a direita nacional, preparou o caminho para que hoje Temer, o tucano Pedro Parente e seus comparsas levem adiante o plano de privatização da Petrobras. Basta lembrar que Dilma Rousseff assinou junto a ninguém menos que José Serra a venda de poços do pré-Sal a petroleiras como a anglo-holandesa Shell.

É mentira que o PT poderia resolver o problema da alta os preços do combustível a serviço da população. Durante seus 13 anos de governo, manteve a Petrobras refém do saque estrangeiro e de sua própria corrupção.

A Petrobras é uma das empresas nacionais com maior produção de riqueza, o que poderia garantir que tivesse um papel fundamental no combate às misérias às quais os trabalhadores são submetidos cotidianamente. Mas por trás da demagogia petista, a Petrobras sempre esteve submetida aos interesses do capital estrangeiro sob os governos do PT, nunca à prestação de serviços baratos e eficazes. Isso se comprova com ainda mais força quando vemos que o PT também foi o governo que mais entregou recursos para a dívida pública, totalizando R$5 trilhões com a soma das quantias do governo Lula e Dilma. A dívida pública, como todos sabem, não é nada mais que uma forma do imperialismo, através do capital financeiro, controlar as riquezas do país e manter um profundo nível de submissão econômica, fazendo com que parcelas enormes do produto nacional não possam nunca ser utilizadas para a melhoria dos serviços públicos e, consequentemente, da qualidade de vida das massas.

Com o golpe, o caminho para a privatização total da Petrobras se aproxima e intensifica, e por isso batalhamos pela imediata redução de todos combustíveis de forma que realmente beneficie a população, e não com subsídios aos patrões, o que só é possível através de uma Petrobras 100% estatal expulsando os lobistas, acionistas e burocratas que trabalham junto com o capital internacional imperialista para que, com o aumento dos preços, criar uma situação de precariedade que leve a privatização. Por isso também é fundamental que junto com a estatização, a Petrobras funcione sob controle e administração dos trabalhadores, colocando os interesses de toda a população à frente, oferecendo serviços baratos e impedindo o sequestro de nossas riquezas pelo imperialismo e por burocratas corruptos que dominam a empresa desde a ditadura, passando por FHC e o governos do PT.

 
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