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Avanço Imperialista
EUA impõe novas sanções à Venezuela e o Grupo Lima chama para retirar embaixadores
Milton D’León
Caracas

Não é novidade que dos Estados Unidos e muitos outros países governados pela direita no continente começaram a aplicar sanções e medidas diplomáticas. Mas, por trás disso, eles têm objetivos reacionários, longe de qualquer interesse pelos direitos democráticos do povo em meio à catástrofe econômica e ao sofrimento.

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Maduro foi declarado eleito com um dos menores percentuais de participação nas últimas décadas no país, em um processo cruzado de fortes queixas de irregularidades, onde o segundo principal candidato anunciou desconhecer os resultados no final do dia e antes que o anunciaram. De acordo com o segundo boletim eleitoral divulgado na manhã de segunda-feira, a participação foi de 46,02%, com Maduro obtendo 6.190.612 votos, o que significa 28% do padrão eleitoral, seguido de Falcón com 1.917.036 votos. Resultados que não alteram a primeira análise da noite feita através deste meio.

Esses percentuais de participação podem parecer normais para alguns outros países, mas na Venezuela a participação média nos últimos processos presidenciais está entre 75% e 80%. Os deste domingo são porcentagens de participação extremamente baixas em um país afundado em uma grande catástrofe econômica e social, que sem dúvida expressa uma rejeição política de um povo que vem sofrendo os grandes sofrimentos desta prolongada crise econômica. Dada essa abstenção muito alta, Maduro não alcançou seu objetivo de se legitimar novamente nessas eleições, que foram até mesmo projetadas para sua medida.

Os Estados Unidos limitam em seu território a venda de dívidas e ativos da PDVSA e do governo

Na segunda-feira anterior, o presidente dos EUA, Donald Trump, impôs novas sanções contra o governo de Maduro, assinando uma ordem executiva que restringia a venda de dívidas e ativos públicos nos Estados Unidos ao Executivo Nacional. A ordem executiva proíbe "qualquer cidadão, instituição ou empresa dos EUA" de adquirir dívida venezuelana ou ativos e propriedades pertencentes "ao Governo da Venezuela nos Estados Unidos, incluindo aqueles investimentos derivados da Petróleos de Venezuela S.A. (PDVSA) ".

Apesar de a ordem executiva não atacar diretamente as transações de petróleo da Venezuela, porque os EUA não estaria colocando impedimentos que o petróleo bruto venezuelano fosse comercializado no país, se afeta os ativos petrolíferos venezuelanos no país onde a Venezuela possui empresas como a Citgo Petroleum, com várias refinarias, estações de serviço e oleodutos nos Estados Unidos.

Segundo a Casa Branca, Trump ressaltou que o objetivo é que Maduro não liquide esses "ativos críticos" para a Venezuela, "que o país precisará reconstruir sua economia". "Assinei uma Ordem Executiva para impedir que o regime de Maduro vendesse ou garantisse certos ativos financeiros venezuelanos, e proibir o regime de ganhar dinheiro com a venda de certas entidades do governo venezuelano”, acrescentou o presidente dos EUA em um comunicado. O objetivo é aumentar a pressão econômica sobre o governo Maduro, ao que também limita sua capacidade de obter liquidez, incluindo contas por divida do governo venezuelano, como a estatal petrolífera PDVSA e o Banco Central da Venezuela (BCV).

De acordo com importantes agências de notícias, altas autoridades americanas declararam que a Casa Branca "continua mantendo todas as opções de resposta" à situação na Venezuela, "incluindo a opção militar", e coordenariam "ativamente" uma ação conjunta com aos 14 países membros do Grupo Lima.

O papel do Grupo Lima e do G20 com suas medidas diplomáticas e financeiras

Evidentemente, muitos governos do continente, especialmente aqueles agrupados no chamado Grupo de Lima, ameaçaram com sanções e medidas diplomáticas. Esse grupo, que é composto por Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia, através de um comunicado divulgado em Lima pelo Ministério das Relações Exteriores do Peru, eles afirmaram que "chamaram para consultas aos embaixadores em Caracas e convocar os embaixadores da Venezuela para expressar" seu protesto e apresentado ante o 48° período de sessão da Assembleia Geral da Organização dos Estados americanos (OEA) uma nova resolução sobre a Venezuela. Este grupo declara que "eles não reconhecem a legitimidade", porque "os padrões internacionais de um processo democrático, livre, justo e transparente" não foram cumpridos.

Mas os presidentes dos países do Grupo de Lima não se limitaram a medidas diplomáticas, conforme declarado pediu a cada país a emitir e atualizar circulares ou boletins nacionais “para transmitir ao setor financeiro e bancário o risco que poderiam correr se realizam operações com o governo da Venezuela que não conta com o aval da Assembleia Nacional”. Ademais decidiu "coordenar ações" para organizações financeiras internacionais "procurem não realizar empréstimos" ao governo de Maduro, "pela natureza inconstitucional de adquirir dívida sem o aval de sua Assembleia Nacional, exceto quando o financiamento é utilizado em ações de ajuda humanitária".
O México assumiu a liderança com estas decisões, como já foi chamado para consultas com seu embaixador, convocou uma reunião com o representante venezuelano no país, anunciando a redução “ao mínimo” das atividades culturais e de cooperação, incluindo militares e suspensão "até novo aviso" de visitas de alto nível à Venezuela. O Secretário dos Negócios Estrangeiros deste país, Luis Videgaray, disse que já enviou um alerta a todos os participantes do sistema financeiro mexicano a valorizar "abster-se" de participar em operações na Venezuela.

Enquanto isso, os países do G20 ameaçam com sanções e medidas diplomáticas, países como Austrália, Argentina, Canadá, Chile, Estados Unidos e México acordaram esta segunda-feira, no marco do encontro de ministros das Relações Exteriores do G20 realizada em Buenos Aires, uma declaração em que os signatários afirmam que "em vista deste resultado eleitoral", os governos participantes "consideram possíveis medidas de sanção econômico-financeira do regime autoritário de Maduro, tentando assim não afetar o povo venezuelano".

O que o imperialismo e a direita continental estão procurando com suas sanções e medidas políticas

Todo o conjunto de medidas anunciadas segunda-feira, é de natureza económica e/ ou diplomática como a retirada de embaixadores, falando não reconhecer as eleições por considera-las "ilegítimas" ou que é uma "farsa", faz parte de uma política global promovido Estados Unidos, o direitismo continental e de outros países, em concordância com a direita crioula, e que realmente pouco ou nada lhes interessava os direitos e liberdades populares, assim como tão pouco lhes interessam que o povo trabalhador possa pesar nas decisões diante a catastrófica situação nacional e aqueles que sofrem as grandes calamidades.

Porque seus objetivos são completamente reacionários, pois o que eles buscam, por de trás da demagogia da demanda de democracia, bandeira que lhes deixam servida na bandeja as manobras bonapartistas de Maduro, é impor a ditadura do FMI e completa submissão ao capital financeiro internacional. Eles dizem desconhecer as eleições para enfraquecer e isolar tanto quanto possível o governo de Maduro e forçar uma negociação com as forças armadas ou de qualquer outro regime de "transição" que, como uma saída para a crise, se subordine as leis de subordinação do FMI e capital imperialista, buscando uma maior e melhor penetração do seu capital no controle da economia nacional e seus recursos, competindo assim com a crescente presença de capital chinês e russo, que por sua vez defender a legitimidade do processo eleitoral realizado.

O governo de Maduro, com uma crise que se arrasta ao mais de três anos com níveis catastróficos, tem levado as pessoas a sofrer os maiores sofrimentos optando por entregar para o capital financeiro e os credores internacionais, pagando uma dívida externa fraudulenta. Ele tomou uma decisão clara entre os sofrimentos do povo e os usurários internacionais. Por isso que toda pose de "anti-imperialismo" com que enche a boca é de puro papel. A catástrofe nacional é a grave crise do capitalismo dependente, a "falência" do país se deve a que nem Chaves nem muito menos Maduro romperam com os grilhões da economia às imposições imperialistas, agravando a dependência da renda e do mecanismo de subordinação que é a dívida externa, ao mesmo tempo em que permitiu e promoveu uma enorme fuga das receitas do petróleo (a enorme fuga de capitais) pela burguesia nacional tradicional e os novos favorecidos ou decorrentes de suas relações com o chavismo. Dada à explosão da crise do "modelo" chavista o capital financeiro e imperialista vem pela completa submissão, busca aproveitar para impor suas totais condições no país (mais dívida nacional, a privatização de empresas, um maior controle da indústria do petróleo, etc.) e este governo longe de ser uma barreira anti-imperialista, se voltou cada vez mais para uma maior abertura e entrega nacional (Zonas Económicas Especiais, Direitos Minerais, Lei do Investimento Estrangeiro, etc.).

Por isso não terá por trás deste governo falido, repressivo e cada vez mais entreguista, uma luta por uma saída a crise contraposta às leis dos capitais imperialistas e de face aos interesses dos trabalhadores e o povo pobre. Por isso mesmo somente o povo trabalhador em conjunto com os setores populares, os explorados e oprimidos do país, que devem acertar contas com este governo nefasto, e ao mesmo tempo com a direita e seus fins reacionários nas mãos do imperialismo.

 
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