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Dois moradores de rua morrem vítimas do frio e do descaso dos governantes em SP
Bruna Motta
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Nesta madrugada, a mais fria do ano até o momento e a que atingiu a menor temperatura para maio desde 2007, com termômetros apontando máxima de 9,3º e mínima de 4º, duas pessoas morreram de hipotermia na cidade de São Paulo, um encontrado na rua General Jardim no centro, e outro na avenida Rio Pequeno na zona oeste, ambos moradores de rua. As vítimas quando encontradas estavam sem cobertores e agasalhos.

Essas mortes causadas por falta de moradia e agasalho no estado com maior PIB (produto interno bruto) do país escancaram a miséria do capitalismo, que tem suas bases fundadas em profundas contradições, mantendo mais de 15,9 mil moradores de rua só na capital do estado, cenário que convive lado a lado de grandes mansões.

Atualmente na cidade de São Paulo existem mais prédios abandonados ou ociosos que atendem aos interesses da especulação imobiliária do que pessoas em situação de rua ou em acampamentos e ocupações urbanas, de forma que no imediato, um plano de habitação baseado na expropriação dos imóveis ociosos pode evitar novas mortes de moradores de rua, seja devido ao frio ou a qualquer outro tipo de violência a qual essas pessoas estão cotidianamente expostas.

Para além disso é urgente um plano de obras pública de construção de moradias financiada através dos impostos das grandes fortunas e do não pagamento da dívida pública, somado a criação de novos postos de emprego através da diminuição das horas de trabalho sem a redução dos salários, de forma que essas pessoas tenham condições de manter suas casas.

Não é possível aceitar que com todo o desenvolvimento tecnológico que a sociedade atingiu ainda exista pessoas morrendo por não ter um agasalho ou um lugar para morar. É desumano e irracional um sistema em que as fortunas dos grandes políticos e empresários se baseie na completa miséria de milhões de seres humanos.

Nesta Selva de concreto
onde da pedra brota a flora,
do invisível, do impossível, do improvável
no muro, no escuro
da rebeldia, da ousadia
da pulsação viva fora da ordem

A fauna é na linha de produção
carne para o mercado
É na escola, é no trem, é na favela
debaixo da ponte, no cassetete, na viela
Na mídia regime de engorda
produção em massa
no ponto, pronto pro abate,
pro consumo do patrão
repressão para o progresso

Centro industrial
produz todas as possibilidades
penduradas qual estantes em mercados,
ao alcance das mãos...
INACESSÍVEL
O muro da mais-valia limitando a visão
separando produtor da produção

Tá tudo ali,
porque tem fome, miséria?
sem teto, menino de rua?
cadeia, hospício?
exploração, escravidão?
Tá tudo ali,
porque não pega?
Tá tudo ali,
ao alcance das mãos
esmurra esse muro
PARA A PRODUÇÃO
Tá tudo ali,
qual estantes em mercado
SAQUEIA!
Roubo organizado daquilo que nos roubaram

Selva de concreto e ódio
concreto, muito concreto e amor
concreto e luta
concreto em possibilidades
A fauna é no relógio da indústria
Mas a flora, a flora é na rua
é sem pedir licença
é entre o medo do chicote,
e a ousadia da transformação

 
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