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POLÍCIA RACISTA
Polícia mata mais negros e jovens do que homicídios civis, em São Paulo
Redação
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Foto: Bruno Santos/Folhapress

Segundo pesquisa divulgada na Folha de São Paulo, policias paulistas registram uma proporção de mortes de homens negros e jovens maior até mesmo que nos casos de homicídio doloso, de assassinato. Além disso, entrevista com policiais indica caráter preventivo das execuções. O que Bolsonaro e a burguesia brasileira dizem sobre "democracia racial" não poderia ser mais utópico nesse país onde o racismo institucional é mais evidente na instituição mais violenta do Estado. A polícia brasileira é racista até a medula.

Os dados equivalem aos anos de 2014 a 2016. Nele, 8% das mortes de homicídio doloso tinham menos de 17 anos, enquanto as mortes por ação policial contavam com o dobro dessa proporção, 16% dos mortos eram jovens nessa faixa etária. Além disso, 46% dos mortos por assassinato eram negros, mas pela ação policial a proporção chega a "incríveis" 67% de negros mortos, em um estado que possui cerca de 37% de sua população autodeclarada negra. (segundo dados de 2010).

Ainda segundo a pesquisa, em 2017 a polícia paulista aumentou o seu número de mortos, e mostra que no momento de crise é com o sangue negro que se impõe a ampliação da miséria e precarização para toda a classe trabalhadora. Outro dado da pesquisa mostra que a polícia costuma matar mais jovens pegos em flagrante do que homens adultos 6,1 e 3,4 (para cara mil presos) respectivamente.
Com base em entrevistas, a pesquisa mostra a predisposição de ex-pms presos por homicídio de atentarem contra a vida de jovens negros como forma de "depurar" e "prevenir". Dentre eles, muitos não entendiam sua prisão, lembram de elogios de comandantes, e um deles justificou dizendo que adolescentes que ingressam no crime tendem a ser mais "intempestivos". Em nota, a PM tratou esses dados com normalidade.

Não são normais, mas mostram como estruturalmente atua o racismo no Estado brasileiro, em especial através da polícia, seja civil ou militar. A desmilitarização por si não altera a realidade para a juventude negra, como não muda em países como os Estados Unidos. A justiça militar cumpre um papel de inocentar homicidas da corporação, mas também a justiça comum, que além disso mantem os jovens negros presos sem direito a defesa, a presunção de inocência, por anos em celas hiperlotadas.

Nesse sentido é que apenas com a queda desse Estado capitalista e racista, sem nenhuma confiança de que as forças policiais possam estar a serviço dos trabalhadores, nem mesmo no combate ao tráfico e as milícias, é que é possível dar um grande passo no combate ao racismo enraizado nesse capitalismo escravista. Mais recentemente a morte de Marielle escancaram as faces do racismo na nossa sociedade, mas também a potência que tem os negros quando se levantam.

 
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