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DITADURA MILITAR
Documentos da CIA escancaram a impunidade do Estado brasileiro pós transição para a democracia
Victoria Santello

Após 54 anos do golpe militar, documentos da CIA revelam que o o general Ernesto Geisel, ex-presidente no período militar, autorizava assassinatos de trabalhadores e militantes de esquerda contra o regime. A ferida se escancara e demonstra que a impunidade aos crimes da ditadura mancham nossa história e a memória dos trabalhadores que lutaram contra esse regime de sangue.

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O recente descoberto documento da CIA, que demonstra que o general Ernesto Geisel, presidente do Brasil durante a ditadura, aprovou a continuidade de uma política de execuções sumárias contra adversários da ditadura militar, escancara a ferida mal fechada do golpe militar brasileiro.

Contra as organizações operárias e os ascensos de trabalhadores e estudantes, os militares, financiados e articulados pelo imperialismo norte-americano, deram um golpe no país e mancharam de sangue a nossa história.

Com uma máscara de patriotismo e defesa da economia nacional, o golpe de 1964 serviu para aprofundar a submissão brasileira ao imperialismo contraindo uma dívida externa fraudulenta, utilizada para incrementar os métodos de repressão durante a ditadura - dívida essa que os governos posteriores do PSDB e do PT pagaram religiosamente. E para acabar com as organizações operárias que se levantavam contra a exploração capitalista e questionavam o sistema vigente, promovendo perseguições, torturas e assassinatos. Além de aprofundar o genocídio da população indígena no Brasil.

O documento da CIA escancara uma outra debilidade. A anistia, promovida após a transição pactuada e tutelada pelos militares da ditadura para a democracia, se baseia na teoria de que os militares e os militantes de esquerda "erraram" e o foi conferido o perdão aos responsáveis civis e militares pelos crimes de Estado. Isso significa que essa lei garantiu que nenhum dos crimes da ditadura fossem investigados, mantendo assim os torturadores e assassinos civis e militares atuando na política e em seus cargos, impunes.

A única coisa que foi feita foi uma Comissão da Verdade, durante o governo do PT, que estava baseada em manter a lei da Anistia e manteve impune os responsáveis políticos pelas torturas, perseguições e assassinatos aos trabalhadores, estudantes e militantes da esquerda. A manutenção da impunidade só reafirma a estratégia petista de não se enfrentar com a democracia capitalista que está estruturalmente ligada ao regime militar, pois foi construída sobre suas bases.

Por isso é necessário colocar fim a lei de Anistia de 1979 e que todos os responsáveis pelos crimes estatais na ditadura sejam julgados por júri popular, condenados e punidos; os arquivos das forças armadas devem ser abertos completamente para que os familiares e amigos descubram o que aconteceu com os desaparecidos da ditadura, além de usa-los para investigação dos casos, coisa que nem o Estado nunca fez por manter diversos laços com empresários e políticos que participaram e mantiveram o golpe, nem os governos do PT que inclusive governou com os políticos da ditadura na base de seus governos.

 
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