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DEBATE DE PROGRAMA
Manuela D’avila defende mais aparato policial em proposta de governo
Matheus Correia

Manuela, assim como Bolsonaro, defende o fortalecimento da polícia no país como resposta para a segurança pública. A mesma polícia assassina que mata negros todos os dias nas periferias do país.

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Em recente vídeo publicado pela equipe de Manuela D’ávila, a pré-candidata à presidência ao propor uma plano de segurança pública no Brasil, propõe na verdade condições para melhorar repressão do Estado capitalista sobre a juventude, a população negra e a classe trabalhadora de conjunto.

É fato que a cada 100 brasileiros mortos 71 são negros e negras, que a cada 24h morre um LGBT no Brasil, que os casos de feminicídio só aumentam e que a cada 11 horas uma mulher é vítima de violência sexual no Brasil, Manuela D’Ávila não coloca que quem mata essa juventude negra em sua maioria são policiais. Com sua política de repressão do Estado e da guerra as drogas, que hoje coloca no Rio de Janeiro a intervenção militar e matou Marielle Franco.

Não é um mero esquecimento da pré-candidata a presidência. Na verdade condiz com toda a política proposta com um plano para aumentar o aparato repressivo do Estado no Brasil. Manuela propõe uma reforma na segurança pública do Brasil e desde já coloca “não teremos segurança pública no Brasil sem polícias”, que se foca na "valorização dos policiais".

Todo o plano de segurança pública é baseado em melhorias para os policiais reprimirem mais e mais a juventude negra e a classe trabalhadora. Se apoiando no mesmo judiciário que prendeu Lula arbitrariamente (depois de ser fortalecido pelo próprio PT), e avança com a reforma trabalhista em diversos processos a favor das patronais, quer criar uma força tarefa para o combate do crime organizado. A "criação de milícias" não é uma "ameaça à polícia" como diz Manuela; é fruto da atividade consciente de seus altos escalões, com mil e um laços com o tráfico.

Ao defender o reaparelhamento da polícia, propõe um salto técnico nas armas e equipamentos de repressão. Com "sistemas de monitoramento mais modernos" (uma proposta idêntica à que Alckmin e o PSDB fazem em todas as eleições), que com toda certeza servirão para se voltar contra os movimentos sociais, os partidos políticos e a classe trabalhadora que luta pelos seus direitos, como vimos na grande repressão aos professores municipais de SP.

Entre outros absurdos, não defende em nenhum momento a legalização das drogas e na verdade coloca sua taxação. O plano de conjunto é uma defesa envergonhada das mesmas ideias da direita tradicional, que trata as drogas como um problema de polícia propondo um monitoramento científico dos usuários.

É uma vergonha defender melhores condições para a polícia, órgão do Estado que tem como objetivo a defesa da propriedade privada, reprimir os trabalhadores e assassinar negros e negras na periferia, e ligada aos desmandos do tráfico. É um enorme desserviço à tarefa elementar da esquerda - algo que o PCdoB está longe de ser, apesar do discurso - de incentivar a desconfiança dos trabalhadores e dos jovens contra as forças repressivas do Estado, sem o qual é impossível preparar uma força material independente para enfrentar os capitalistas.

Para isso, é necessário construir uma organização revolucionária dos trabalhadores, sem qualquer paralelo com os métodos da burocracia conciliadora do PCdoB, que além do mais, controla a burocracia sindical da CTB que, junto à CUT dirigida pelo PT, se postula como obstáculo à emergência dos trabalhadores como sujeito político independente.

Buscamos superar o capitalismo e, nesse sentido, dissolver inclusive suas forças repressivas. Em processos históricos de massas, os trabalhadores também se apoderaram das armas para derrotar seus inimigos de classe. Para preparar este momento, é necessário desde já desenvolver a desconfiança dos trabalhadores frente à polícia burguesa. Por isso nos opomos veementemente a esse programa reacionário do PCdoB de fortalecer a força repressiva da burguesia, que está ligada por mil e um laços ao tráfico e a grupos de extermínio.

Ao contrário do PCdoB, que compartilha a mesma estratégia petista de conciliação com a burguesia e suas forças repressivas, consideramos que os trabalhadores, organizados numa força política realmente independente do Estado, dos patrões e dos burocratas sindicais, têm a capacidade de exercer sua própria auto defesa, nas escolas, nos bairros e seus locais de trabalho, sem confiar na polícia da burguesia. Uma organização política anticapitalista, que não apenas permita a organização de sua defesa, mas a destruição do capitalismo e a construção de uma nova sociedade sem exploração nem opressão.

 
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