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Imperialismo
Ofensiva imperialista de Trump e a aceitação de Temer de cota de exportação de aço
Jonas Pimentel

Desde março desse ano o presidente Donald Trump ameaça países aliados com aumento da taxação ou pelo estabelecimento de cotas restritivas das importações norteamericanas de aço e alumínio. Em mais um capitulo de sua guerra comercial para tentar sair do “déficit econômico” Trump afirmou que governo brasileiro aceitou acordo. Esta decisão deverá ter grande impacto na economia brasileira já frágil.

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Para tentar amenizar o efeito dessa negociação na economia brasileira e, sobretudo desviar os olhos da submissão e cumplicidade que o governo golpista de Temer mantém com os EUA, o ministro das relações exteriores Aloysio Nunes disse que os americanos não deixaram opção. Ou então, como disse o presidente do Instituto Aço Brasil (IABr), Marco Polo Mello Lopes, que “o acordo não foi de todo ruim” tendo em vista o formato “pegar ou largar” da proposta e que ainda faltam alguns detalhes sobre como e quando irá entrar em vigor.

Teve ainda declaração dos Ministérios da Indústria, Comércio Exterior e Serviços e das Relações Exteriores do Governo Temer em que tentam mais uma vez se separar da subordinação ao imperialismo norteamericano: "Não houve ou haverá participação do governo ou do setor produtivo brasileiro no desenho e implementação de eventuais restrições às exportações brasileiras".
No entanto, toda a colaboração e subserviência que os golpistas brasileiros mantém com os EUA desde as privatizações, operação Lava Jato, golpe institucional, reforma trabalhista, que só beneficiam os ricos e multinacionais estadunidenses não podem ser apagadas da realidade de miséria e desemprego que a população brasileira se encontra.

Os efeitos dessas medidas sobre o aço e alumínio brasileiros tendem a ser bastante desastrosos na economia e por isso tentam tirar o corpo fora. Toda a produção siderúrgica nacional, que segundo o IABr se encontra hoje operando 68% de sua capacidade e precisaria manter essa produção, será afetada drasticamente. ´
As cotas de exportações (baseada nos 3,5 milhões de toneladas em média entre os anos de 2015 e 2017) representará queda de 7,4% no volume de aço semiacabado, segundo o Instituto (IABr). Já o teto para o aço acabado será de 687 mil toneladas, que irá significar uma redução de 20% a 60% na produção em relação a 2017 dependendo do segmento do produto.

No caso do alumínio a cota seria de 41 mil toneladas, referente a média dos últimos cinco anos, sendo que as exportações do ano passado somam cerca de 55 mil toneladas e a desse ano, segundo a IABr, seria de 60 mil toneladas.
Ou seja, os EUA irão restringir as exportações do aço e alumínio brasileiro como parte de sua guerra econômica entre aliados tanto na própria América do Norte (México, Canadá) que se encontram em negociações do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA, na sigla em inglês), como na Europa (França, Alemanha) ou mesmo com seu principal inimigo: a China.

Por isso, Trump ataca primeiro seus aliados mais débeis e dependentes como é o caso do Brasil, mas também Coreia do Sul e visa ainda Argentina e Austrália pra ganhar posições no cenário internacional em sua ofensiva contra a economia chinesa.

A linha dura de Donald Trump nessa guerra comercial encontra alguns obstáculos importantes apesar de aparecer surfando por cima da onda como foi na visita recente do presidente francês Macron que saiu de mãos abanando da Casa Branca. A China, e em certa medida a própria União Europeia, possui algumas armas importantes que podem ser utilizadas para conter mais essa ofensiva, como por exemplo sobretaxar também seus próprios produtos em forma de retaliação aos EUA.

O cenário da crise capitalista internacional não está nem de longe próximo do fim. As tendências da própria economia burguesa indicam instabilidade e pessimismo. No caso brasileiro, a crise tem tomado formas muito profundas levando a uma crise do Estado de conjunto perpassando tanto elementos econômicos como sociais e políticos. Por tanto, os choques e atritos dos de cima como EUA e China, mas também com a própria burguesia brasileira, devem ser analisados na perspectiva de alavancar os de baixo, isto é, a fim de que a classe trabalhadora se torne sujeito desse processo e não apenas espectadora.

Somente com uma estratégia e programa anticapitalistas com independência de classe total onde os trabalhadores tomem em suas mãos a luta pelo fim da exploração e opressão poderemos ter uma resposta permanente contra os ataques dos imperialistas e da burguesia brasileira.

 
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