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ARGENTINA: A 39 ANOS DO GOLPE
24 de Março: a marcha do Encontro Memória Verdade e Justiça e a Esquerda
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O Encontro Memória, Verdade e Justiça e as organizações de esquerda protagonizaram neste 24 de março uma massiva mobilização que conseguiu lotar da Praça dos Dois Congressos até a histórica Praça de Maio em Buenos Aires (Argentina), cobrindo o percurso de estudantes, trabalhadores e a militância totalizando entre 15 a 20 mil pessoas.

Na frente da marcha se estendia uma grande faixa que dizia: "Não à impunidade do passado e do presente! 30 mil companheiros presos desaparecidos!". Marcharam na primeira fila, figuras públicas da luta contra a impunidade da ditadura na Argentina e os líderes da Frente de Esquerda (FIT, em espanhol) também fizeram parte da linha de frente.

Na marcha, inúmeras organizações estiveram oficialmente a constituindo. A Frente de Esquerda dos Trabalhadores, com a presença do Partido Obrero (PO), o Partido dos Trabalhadores Socialistas (PTS) e Esquerda Socialista, a oposição interna da Central de Trabalhadores da Argentina, através de Pablo Micheli, o grupo Libres del Sur, o MST, a PCR-CCC, Esquerda Revolucionária e o Novo MAS, entre outros. As mais numerosas colunas foram fornecidas pelo PO e PTS, com um número semelhante de participantes.

A coluna de PTS, que liderou o bloco da Frente de Esquerda na mobilização, levava adiante os trabalhadores "indomáveis" da Lear e os homens e mulheres trabalhadores sem patrão da gráfica MadyGraf, gerida sob controle operário. Outras delegações do sindicalismo de esquerda os acompanhavam, como Claudio Dellecarbonara do Metrô de Buenos Aires, Lorena Gentile e "Poke" Hermosilla dos operários do ramo alimentício, do recuperado SUTEBA, marcharam juntamente trabalhadores da aviação, gráficos, mecânicos, estatais, telefônicos e de outros setores. Uma faixa dizia "Leo Norniella Presente", em homenagem ao dirigente operário recentemente falecido. Eles foram com centenas de estudantes, incluindo aqueles que dirigem os centros combativos de Filosofia e Letras, Psicologia e Sociais da Universidade de Buenos Aires.

A mobilização toda foi uma marcha combativa e independente do governo. Como disse Christian Castillo: "Este 24 de março, é o dia da crise aberta pela morte de Nisman [promotor morto no começo do ano], não é apenas mais um. Portanto denunciamos que todos são cúmplices de espionagem, da impunidade e de manter intacto o aparelho repressivo do Estado, garantindo que os empresários ideólogos do genocídio permaneçam sendo os que têm o poder em nosso país".

Há 39 anos após o golpe de Estado que inaugurou a ditadura mais sangrenta da história argentina, a mobilização se deu em homenagem aos mortos, para lembrar os 30 mil companheiros desaparecidos, mas também para denunciar a impunidade de ontem e de hoje. A única marcha que decidiu se pronunciar contra o genocida César Milani que comanda o Exército Argentino, contra a espionagem e contra a impunidade. Assim definiu Myriam Bregman: "não marchamos com o Governo, que apela para a "memória" para não falar sobre a convocação do genocida César Milani como chefe do exército, mas marchamos com a esquerda e os organismos não cooptados pelo Estado, que mantiveram a sua luta contra a impunidade de forma independente ao longo dos anos".

Como denunciaram de cima do palco os companheiros que leram o documento conjunto assinado pelas organizações convocantes "A nomeação do genocida César Milani como chefe do Exército revela, definitivamente, até onde chega a hipocrisia do governo Kirchner sobre os direitos humanos".

Foi nesta mobilização, e não na dos organismos cooptados pelo governo e pela militância kirchnerista, que foi denunciado que na Argentina de hoje segue a criminalização do protesto, e foi exigida a absolvição imediata para os petroleiros de Las Heras condenados injustamente por um julgamento repleto de arbitrariedade para favorecer as empresas petrolíferas multinacionais.

Gritaram "Fora Milani", e foi denunciada a repressão sofrida pelos trabalhadores combativos, como da empresa americana Lear; denunciaram a morte de milhares de jovens pela violência repressora, pediram a punição para aqueles que fizeram desaparecer Jorge Julio López e diante da crise política que está em curso na Argentina que mostra que segue a impunidade no caso AMIA e que a abertura dos arquivos da ditadura anunciada por Cristina Kirchner é uma farsa.

Seguiram exigindo a abertura de todos os arquivos de inteligência do estado, lutando para desmantelar o aparato repressivo e de espionagem. Os presentes se manifestaram também contra a SIDE e contra a AFI, a recente agência de inteligência criada pelo governo, e também o Projeto X e a toda a lei “anti-terrorismo” da Argentina.

 
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