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TRAGÉDIA DESABAMENTO SP
Desabamento em SP: Um plano de habitação e moradia já para os sobreviventes!
Amanda Navarro

Ontem (1), um prédio com famílias, principalmente de imigrantes desabou em SP

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(Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

São Paulo tem várias das feridas abertas do capitalismo e sua irracionalidade. Contradições e situações de miséria que ficam evidentes por todos os cantos da cidade. A quantidade de pessoas em situação de rua na capital do Estado é muito grande, bem como a quantidade de prédios abandonados que são ocupados por famílias que não tem onde morar.

Ontem, 1º de maio, caiu um prédio no centro de São Paulo, no largo do Paissandu, escancarando o brutal descaso com o direito à habitação e com os imigrantes, já que o prédio era ocupado como forma de moradia principalmente por imigrantes. Imigrantes esses que vem à São Paulo trabalhar nas situações mais precárias, realizando muitas vezes trabalhos análogos à escravidão.

A terceira cidade com o metro quadrado mais caro no país, sendo superior à 8 mil reais, tem uma população de 15,9 mil moradores de rua como aponta levantamento da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) de 2016. Este número, que sem sombra de dúvidas, aumentou considerando o aprofundamento da crise, desemprego e das condições de moradia.

Doria e a "Cidade Linda"

João Doria, prefeito da cidade por apenas um ano, conseguiu neste curto espaço de tempo mostrar à que veio: em um ano de gestão, implementou seu projeto intitulado "Cidade Linda", que nada mais foi do que arrastar a população pobre de São Paulo dos centros, deixando livre para seus amigos capitalistas explorarem todo e qualquer espaço da cidade.

Atacou brutalmente a cracolândia, derrubando prédios com pessoas dentro. Esta ação desumana de Doria, foi o início de um projeto de governo para os mais ricos da cidade, buscando embelezar o centro, encarecendo os preços dos imóveis e consumo da região, para que os empresários explorassem ainda mais.

A queda do prédio ocupado por famílias sem moradia é uma tragédia sem tamanho, que deve cair sobre às costas do Estado, que é responsável por cada pessoa em situação de rua, sem moradia; é responsável por cada morte que aconteceu com o incêndio e desabamento do edifício.

Moradia já para todos os sobreviventes!

É preciso que o Estado se responsabilize pela imensa crise de moradia existente em São Paulo, problema este que parte também da grande especulação imobiliária no centro, de bairros com grandes mansões, como de Doria, e de inúmeros prédios vazios por toda cidade. Aliás, mais prédios vazios do que sem-teto, um retrato da profundidade da contradição entre os interesses especuladores e do direito a moradia para todos, aprofundado pelos prefeitos e governadores.

Para os sobreviventes dessa tragédia, devemos exigir que seja oferecida moradia adequada, para que não tenham suas vidas colocadas em risco todos os dias. É um escândalo que as vítimas do desabamento agora tenham que dormir no Largo do Paissandu, na rua.

Já existem imóveis para abrigar todas as pessoas em situação de rua. Os imóveis ociosos, que só servem a especulação financeira de grandes imobiliárias e milionários muito bem abrigados em suas mansões, devem ser imediatamente expropriados para atender as necessidades dos ocupantes. Não sem uma séria inspeção e revitalização desses espaços, garantindo condições de vida digna aos imigrantes e trabalhadores dessas ocupações.

Mas fundamentalmente, a profundidade do problema exige que seja respondido com um programa sério de construção de moradias populares. Diferentemente do programa Minha Casa Minha Vida dos governos do PT, que construíram casas apartadas na cidade, em condições precárias, a serviço do lucro das grandes e corruptas construtoras (Odebrecht, Camargo Correia), é preciso um plano de obras públicas para todos, sobre a base de impostos às grandes fortunas (mansões, por exemplo) e o não pagamento da fraudulenta dívida pública, que apenas enriquece os banqueiros milionários nacionais e estrangeiros. Um plano coordenado pelos próprios trabalhadores e sem-teto, criando empregos, e a possibilidade desses sem-teto viverem nos grandes centros em que trabalham, com moradia digna para suas famílias.

 
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