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ELEIÇÕES 2018
Reforma da previdência e privatizações: as "ferramentas de governo" de Ciro Gomes
Dani Alves
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O pré-candidato à presidência Ciro Gomes (PDT), em entrevista à TV Bandeirantes, declarou que reformas na Previdência e no sistema tributário brasileiro precisam ser colocadas em debate. Para justificar, Ciro disse que “Os Estados e municípios estão quebrados e a população sente isso na saúde, educação e na segurança precária.”

E completou dizendo que “É preciso fazer um grande entendimento para restaurar a saúde das contas do governo e a Previdência e sistema tributário serão colocados em debate”. É um sinal verde a projetos como o SAMPAPREV de Doria, reforma da previdência na capital paulista que foi derrotada na greve histórica dos professores e servidores municipais.

Para Ciro, as reformas de Temer só não foram bem sucedidas pois foram enfiadas “goela a baixo” sem nenhum dialogo. “É preciso conversar com os trabalhadores, governadores, empresários” disse. Trata-se de um mantra que também foi utilizado por Lula: precisamos de uma reforma da Previdência "em diálogo com os trabalhadores", e não "essa" de Temer.

Se for governo, Ciro disse que pretende passar a reforma fiscal nos primeiros seis meses, pois para ele “Desde 1945, todos os presidentes brasileiros se elegeram por minorias. [Mesmo assim], todos tiveram poderes quase imperiais nos seis primeiros meses. [Portanto] o tempo de se fazer reformas é nos primeiros seis meses [do mandato]", afirmou.

Frente à renovada ofensiva do capital estrangeiro, especialmente estadunidense, em utilizar o discurso da corrupção para justificar privatizações (como fez no início da década de 1990 com os governos neoliberais de FHC), Ciro Gomes deixou claro que quer privatizar também. Apesar de negar a privatização da Eletrobrás, disse que "O Brasil precisa um projeto nacional de desenvolvimento. A privatização deve ser uma ferramenta".

As declarações de Ciro Gomes mostram que em seu possível governo, a classe trabalhadora continuará sofrendo com os ajustes e ataques. Além disso, sua fala demonstra na prática o oportunismo contido em frentes políticas da esquerda com partidos burgueses como o próprio PDT, (como o "Manifesto Unidade para Reconstruir o Brasil" e o "Manifesto pela Democracia..." ambos assinados pelo PDT de Ciro Gomes junto ao PT, PCdoB, PSOL e PSB), com um projeto nacional desenvolvimentista que subordina a classe trabalhadora aos interesses da propriedade privada da burguesia. Qual o benefício para a classe trabalhadora de uma unidade encabeçada por um figura como Ciro Gomes que em sua declaração não rechaça a reforma da previdência, mas declara sua intenção de discuti-la?

Os Estados estão quebrados e a saúde e a educação precária, mas quem deve pagar por essa crise não são os trabalhadores. É necessário um programa que se enfrente com os imensos lucros dos capitalistas (latifundiários, industriais, do comércio e dos serviços, completamente subordinados ao capital estrangeiro), que se vale do pagamento da dívida pública para abocanhar anualmente 8% da riqueza produzida no país, e direcionar diretamente para os bolsos das elites do país.

Somente um programa que fortaleça a classe trabalhadora em combate à burguesia pode estar a serviço do avanço das condições de vida da classe operária, e não manifestos genéricos encabeçado por figurões como Ciro Gomes, que permitam a defesa de um programa de ’reformas humanizadas’ das misérias do capitalismo.

 
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