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ESCOLA MILITAR
Militarização da educação: desmonte da educação pública e cerceamento do pensamento crítico
Redação Rio Grande do Sul
Redação Rio Grande do Sul

O militarização das escolas vem no sentido de desmontar ainda mais a educação pública e coibir o pensamento crítico

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Com um verdadeiro projeto de desmantelamento da educação pública no país, os governos estaduais seguem a todo vapor com as privatizações e terceirizações. A militarização das escolas públicas é outra realidade cada vez mais frequente em vários estados.

Em diversos estados, há cada vez mais falta de professores e funcionários de escola, e os que ainda persistem se encontram com salários defasados, sofrendo com o parcelamentos e atrasos, como é o caso no Rio Grande do Sul, onde Sartori (PMDB), avança com as terceirizações e fechamento de escolas e turmas.

Já em Goiás, o governador Zé Eliton (PSDB) sancionou a lei que decreta a transferência da gestão de 6 escolas estaduais para a polícia militar. Já são 48 o número de escolas administradas pela PM. Cada escola precisa de pelo menos 16 policiais e os agentes são convocados da reserva que é composta por policiais aposentados. Ainda, segundo o coronel, outras 30 escolas militares já foram aprovadas e aguardam implementação. Caso todas sejam efetivadas, o Estado chegará ao total de 78 colégios militares. Em 2015, o jornal Folha de São Paulo divulgou um levantamento que apontava Goiás com maior número de escolas militares no País. Na época, eram 26 instituições no Estado. O segundo lugar era de Minas Gerais, com 22, seguido por Bahia, com 13.

A diretora do Colégio Estadual Francisco Antônio de Azevedo, Sandra Carlete, afirma que a determinação pegou a escola de surpresa. Ela conta que um abaixo-assinado pedindo pela transformação do colégio em unidade militar foi proposto há 4 anos, mas foi indeferido e o assunto foi esquecido na escola. “Foi uma surpresa ter sido publicado e aprovado sem a gente ter conhecimento de estar em processo”, afirma.

A decisão foi imposta de forma arbitrária pelo governo sem ao menos consultar a comunidade escolar. Em tempos onde se discute leis medievais como “escola sem partido”, que quer censurar o pensamento crítico nas escolas, a militarização da educação é outra face da mesma moeda, pois visa o desmonte da escola pública com substituição de professores por “policiais aposentados” sem possuírem conhecimento científico/pedagógico para exercer a função, demonstrando o avanço de uma concepção de educação reacionária.

Em novembro do ano passado, o Ministério Público de Goiás se reuniu com o comando de ensino da PM para questionar as chamadas “contribuições voluntárias” nos colégios militares. O termo se refere a pagamentos mensais feitos pelos responsáveis dos alunos, que seria análogo à mensalidade. A prática é proibida, já que essas escolas continuam públicas, mesmo com a transferência de gestão.

Na ocasião, o MP também questionou a política de custeio de uniformes para estudantes carentes e de seleção dos alunos por sorteio o que e estaria prejudicando estudantes de baixa renda. A professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás (FE/UFG), Miriam Bianca, classifica o processo de transferência da gestão de escolas públicas para a Polícia Militar como privatização. “(Nos colégios militares) têm cartaz dizendo que sua contribuição é voluntária, mas é com ela que se melhora a escola. O que o aluno gasta para entrar em uma escola militar é inacessível para a grande maioria dos alunos de escola pública”, afirma a professora.

Dessa forma, ocorre uma verdadeira seleção dos estudantes que podem pagar as escolas militares, dificultando o acesso para estudantes de baixa renda, contribuindo para aumentar ainda mais o abismo social e cultural no país.
Em uma conjuntura reacionária, onde disciplinas fundamentais para a formação do pensamento crítico, como sociologia e filosofia, são retiradas do currículo, é nítido que as escolas militares vem para promover a fascistização dos estudantes, a obediência servil e a ausência do pensamento crítico.

 
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