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DESASTRE AMBIENTAL
Após 2 vazamentos em MG, Anglo American quer suspender contrato de 20% dos trabalhadores
Gi Maria

Mineradora Anglo American pretende fazer seus funcionários pagarem pelos desastres que causou no último mês na cidade de Santo Antônio do Grama (230 km de Belo Horizonte). A medida afetará 36% dos trabalhadores do mineroduto Minas–Rio e 20% dos que trabalham com a empresa nacionalmente.

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Imagem: Durval Ângelo

A mineradora Anglo American, responsável por vazamentos de pelo menos dois mineroduto em menos de um mês, informou por meio de mensagem de texto a suspensão de cinco meses de contratos com trabalhadores da área de produção, que já está paralisada devido a estes rompimentos. Na proposta da mineradora, as suspensões começariam depois dos 30 dias de férias iniciados no dia 17 deste mês e os trabalhadores fariam um curso de qualificação com bolsa de no máximo R$ 1.677,74.

A empresa se reuniu com o sindicato Metabase de Itabira e com o Sindimina do Rio de Janeiro para fazer negociações e disse que cubrirá a diferença entre a bolsa e o salário dos funcionários, mas pretende cortar o 13° proporcional, férias proporcionais, abonos, adicionais, depósito do FGTS e outros benefícios previstos na CLT. A medida proposta pela empresa, se implementada, vai atingir 36% do efetivo do Minas-Rio, o que corresponde a 20% do total de funcionários da empresa no país.

Imagem: Estadão

Mas não é de hoje que a Anglo American vem descarregando nas costas dos trabalhadores o preço por suas irresponsabilidades. Em 2017 a empresa estava “retribuindo” os desastres de Mariana - no qual também está envolvida - com galões de água que nem de longe dava conta de suprir a demanda causada pelos desastres. Um dos minerodutos rompidos mês passado - motivo pelo qual a empresa quer fazer a suspensão para reparar estragos - vazou em Santo Antônio da Gama e o minério transportado atingiu um manancial, o que causou suspensão do abastecimento de água para a região, o qual a empresa prometeu suprir - provavelmente da mesma forma insuficiente que fez em 2017.

A mesma empresa responsável por um vazamento que despejou 300 toneladas de polpa de minério que chegaram até o Ribeirão Santo Antônio agora quer suspender salários e direitos de quase um quarto do seu efetivo nacional para que eles paguem pelo preço da irresponsabilidade com a qual a Anglo American vem atuando no Brasil, além de causar danos irreparáveis, agora quase quinzenalmente, ao meio ambiente.

Leia Também: Mineradora britânica registra vazamento pela 2º vez em menos de um mês em MG

É revoltante a maneira como o sistema capitalista torna comum que empresas destruam vidas como as perdidas em Mariana e o meio ambiente ao redor, sem nunca pagar pelas consequências de seus atos, movidos pela sede de lucro destes empresários e ainda descarregando nas costas de seus funcionários todos os danos causados por eles. As negociações ainda estão em andamento, mas um sindicato consequente com a luta e a vida destes trabalhadores não deve ceder à proposta mas sim organizá-los para cobrar que nenhum direito ou benefício seja cortado e que a Anglo American pague com seu lucro o preço dos reparos e pare imediatamente com a destruição dos recursos naturais da região.

 
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