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IMPERIALISMO E TEMER
Trump anuncia que Brasil não entrará na OCDE por falta de "respaldo eleitoral"
Redação

Na última terça-feira (17), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu preferência para a Argentina e confirmou que o Brasil não entrará na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Um dos argumentos usados pela Casa Branca foi o de que o Brasil não tem "respaldo eleitoral". A última coisa que estão preocupados é com a democracia, já que mantém negócios com outros países sem nenhum "respaldo eleitoral", mas sobretudo, na capacidade de construir uma hegemonia política para aplicar as medidas que favoreçam os negócios da burguesia imperialista sem enfrentar maior instabilidade política.

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Trump usou o argumento de que o Brasil não tem "respaldo eleitoral" pelas reformas propostas no país, explicitando que por mais que tentem esconder a indignação do povo com os aprofundamentos dos ataques que vieram com o Golpe, até internacionalmente é visível que a população não apoia as reformas.

Durante os últimos seis meses, o governo do Brasil estava organizando uma série de encontros com a cúpula da OCDE, que contém, hoje, 35 países membros e é conhecida como "o clube dos países desenvolvidos". Entre os argumentos usados, um deles foi o de que a entrada na organização ajudaria a consolidar o andamento das reformas de Temer no país.

A resposta da casa branca, no entanto, foi negativa. Apesar de Landon Loomis, assessor especial para o hemisfério ocidental e economia global do vice-presidente americano, Mike Pence, ter elogiado as reformas absurdas recentemente implementadas no Brasil, que destroem a vida da juventude e dos trabalhadores, ele também afirmou que a Argentina estava um passo a frente. A instabilidade política no país falou mais alto, e ele afirmou que “Faltaria no Brasil consenso claro sobre as reformas, especialmente por meio de respaldo eleitoral – algo que pôde ser verificado na Argentina nas últimas eleições presidenciais e legislativas”.

Apesar do grande esforço do governo brasileiro, e do fato de que a secretaria da entidade era favorável à entrada do Brasil, o voto de Trump foi decisivo, e a Argentina passou na frente. Diante de todo esse cenário, torna-se extremamente necessário que a população, que é a verdadeira maioria no país, discuta sobre o que está acontecendo, pois ela é a mais afetada e a que menos decide.

A posição de Trump é um claro recado de que o imperialismo estadunidense, em busca de relocalizar e reconfigurar seus negócios e sua posição política na América Latina nos últimos anos, com o fim do ciclo dos governos pós-neoliberais (Kirchner na Argentina, Lula no Brasil) que buscavam outros meios de comércio internacional, com tom de árbitro, adota o governo de Macri na Argentina como modelo de aplicação de ataques aos trabalhadores e exemplo a ser seguido no continente, algo que já era sinalizado desde Obama em 2016. O fato de Temer ter sido colocado no poder por um golpe institucional, sua baixíssima popularidade, e a indignação da população brasileira diante dos ataques das reformas apontam para a fragilidade da capacidade de aplicar as medidas que fariam os trabalhadores sangrarem até o fim, e que serviriam aos interesses imperialistas, além da possibilidade de abalos causados pela luta de classes, já que a instabilidade política é latente, são, pois, indícios de que o imperialismo norte americano está em busca da figura certa para exercer sua hegemonia.

Certamente quando Trump fala em "falta de respaldo eleitoral" a última coisa que está preocupado é com a democracia, já que mantém negócios com outros países sem nenhum "respaldo eleitoral", mas sobretudo, na capacidade de construir uma hegemonia política para aplicar as medidas que favoreçam os negócios da burguesia imperialista sem enfrentar maior instabilidade política.

 
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