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CONTRA A PRISÃO DE LULA
Até quando a CUT evitará organizar os professores junto aos metalúrgicos para lutar pelo direito de votar em quem quiser?
Maíra Machado
Professora da rede estadual em Santo André, diretora da APEOESP pela oposição e militante do MRT
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Ontem o STF deu continuidade no golpe institucional, e demonstrou que as eleições de 2018 serão com candidatos escolhidos a dedo pela burguesia para seguir atacando os trabalhadores e a juventude. Sua decisão pela decisão arbitrária de prender Lula foi aplaudida pelos militares e a rede Globo que assim como em 2016 fez uma forte campanha pelo impeachment. A democracia burguesa degradada mostra que quer descarregar a crise dos capitalistas sobre as costas dos trabalhadores. Nós repudiamos com todas nossa energias esta continuidade do golpe institucional, mesmo sem ter apoiado em nenhum momento Lula e o PT.

Mas o que é chocante é ver o nível de covardia do PT e das centrais sindicais que convocaram vigílias plastificas para o dia de ontem, sem nenhuma ofensiva para se enfrentar com a direita que levou alguns milhares às ruas no dia anterior. A expressão máxima disso, é a capa da Tribuna Metalúrgica, jornal do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, de hoje. Nem parece que Lula saiu deste sindicato, que seu partido dirige esta central sindical e que ele ontem mesmo assistia sua condenação ao lado de "seus companheiros". Nem os principais jornais burgueses como o Estadão, a Folha de São Paulo ou o pequeno Diário do Grande ABC pode esconder a grandiosidade dos fatos de ontem, ainda que obviamente todos queiram com a condenação arbitrária reforçar a democracia degradada brasileira e defender orgulhosamente o seu golpismo.

Capa da Tribuna Metalúrgica

Amanhã (06) ocorrerá a Assembléia dos professores Estaduais, e por enquanto, nada da Bebel e da Articulação, a chapa majoritária do nosso Sindicato de professores (APEOESP), de propor organizar qualquer luta séria contra a prisão arbitrária de Lula e pelo direito do povo decidir em quem votar. Até quando a CUT evitará a organização dos professores junto aos metalúrgicos para lutar contra a prisão arbitrária de Lula e pelo direito do povo decidir em quem votar?

Exigimos um plano de luta organizado desde a base para enfrentar o golpe e sua continuidade

A última paralisação nacional, no dia 19 de Fevereiro, não passou de um dia "nacional de lutas", devido a traição da Força Sindical, UGT e Nova Central, mas também pela política de conciliação da CUT e da CTB que não colocam suas bases para se movimentar. Desde então exigimos das centrais que organizassem uma luta desde as bases, convocando assembleias em cada local de trabalho, e demonstrando a força da nossa classe para responder à condenação arbitrária de Lula, que significava o sequestro preventivo dos votos da população. Dizíamos assim:

"O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC paralisou passivamente 21 fabricas da região, pedindo para que os trabalhadores ficassem em suas casas e aproveitassem o dia para "cuidar do jardim". Imagina se invés de orientar que ficassem em casa com a família, tivessem orientado que fossem na porta das fabricas de Santo André que funcionariam normalmente devida a traição da Força Sindical e da UGT e batalhasse para que a poderosa força dos metalúrgicos pesasse na realidade nacional, desenvolvendo um ativismo capaz de não apenas derrotar a Reforma da Previdência, mas como a própria CUT declarou, lutar contra a intervenção federal e a condenação arbitrária de Lula? É por esta postura que visa frear e controlar os trabalhadores que fizemos uma grande campanha de exigência as centrais sindicais que preparassem com assembleias de base a greve geral, e seguiremos lutando agora por um Plano de Lutas chamando cada trabalhador a exigir do seu sindicato que organize em seu local de trabalho a luta contra a continuidade do golpe. Para que com métodos da classe trabalhadora e de forma independente dos patrões, possamos combater essa direita golpista visa cada vez mais degradar a democracia tão limitada que temos. É urgente um plano de lutas para revogar a reforma trabalhista, derrubar a intervenção militar, e para que o povo possa decidir em quem votar".

Justamente agora, os metalúrgicos do ABC estarão em seu nono Congresso; por que a direção da CUT não prepara um plano de luta concreto, com paralisações das fábricas, pelo direito da população decidir em quem votar? Por que não realiza um chamado a outros sindicatos dirigidos por ela mesma, como a APEOESP (sindicato dos professores estaduais de SP), para coordenarem ações práticas por objetivos de combate, junto à CSP-Conlutas e outras centrais?

Todavia o que vimos das centrais sindicais foi apostar todas suas fichas na justiça burguesa. A intervenção federal, o brutal assassinato de Marielle, assim como a própria condenação do Lula só foram encarados pelo PT do ponto de vista eleitoral, e não para a luta de classes, para realmente enfrentar as expressões da extrema-direita e os ataques à classe trabalhadora, como a reforma trabalhista que já atinge especialmente os jovens.

Tanto o é, que fazem questão de nos sindicatos separar ao máximo as lutas econômicas, contra as demissões, pelo aumento dos salários das lutas políticas fundamentais que vão decidir para onde vai o país. Enquanto isso, o candidato do PT para governador de São Paulo é ninguém menos do que o ex-prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho. Este que foi o primeiro prefeito do PT a defender junto a igreja o PNE sem o debate de gênero nas escolas, também foi
um dos mais próximos de Lula (foi seu ex-ministro do Trabalho e da Previdência), disse que “o PT deve permitir aliança com partidos que apoiaram o golpe” (ver entrevista aqui). A política de perdão aos golpistas, por parte de Lula, segue ainda que estes não tenham pedido perdão algum; pelo contrário, buscam prender os que perdoam seus amigos de direita.

É urgente que a CUT e CTB rompam a trégua e convoquem imediatamente verdadeiros atos de rua contra a prisão de Lula, sabendo que essa passividade só fortalece as instituições mais reacionárias do regime, o judiciário e os militares, e que já se voltam contra os trabalhadores. Esse plano de luta deve defender envolve a luta para que população tenha o direito de votar em quem quiser, pela justiça por Marielle, pela anulação dos ataques do governo Temer.

Essa exigência às centrais precisa ganhar força em cada fabrica, escola, universidade, locais de trabalho, os professores de São Paulo mostraram que é possível derrotar os governos golpistas a partir da greve, atos e mobilizações. Surgiram atos importantíssimos de repúdio ao assassinato de Marielle, e os professores de Minas Gerais seguem em greve, essa força mostra que é possível organizar a luta.

 
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