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DECLARAÇÃO
Estadão de domingo afirma que não se pode mais questionar a exploração
Maíra Machado
Professora da rede estadual em Santo André, diretora da APEOESP pela oposição e militante do MRT

A capa do último domingo do jornal Estadão foi vergonhosa! A manchete principal era "Nova lei trabalhista freia indústria de processos" e segue com "Pedidos oportunistas de indenização por danos morais e adicionais da insalubridade praticamente desapareceram".

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O jornal defende, em outras palavras, que os trabalhadores devem aguentar calados todo o assédio moral. Tratam na matéria como se os trabalhadores fossem oportunistas e processassem as empresas sem motivos, sendo que sabemos da exploração a que somos submetidos todos os dias. Querem que trabalhemos até morrer e sem reclamar.

Os dados que mostram os efeitos da Reforma Trabalhista são alarmantes. Os postos de trabalho com carteira assinada foram reduzidos de 858 mil para apenas 92 mil contratos no setor privado. Esse dado é a demonstração cabal de que a vitória dessa reforma aplicada pelo governo serviu apenas para acabar com os direitos trabalhistas.

O índice de desemprego hoje bate os 13 milhões, ao contrário de aumentar os postos de trabalho com a diminuição de direitos, como diziam os defensores da reforma, o número de empregos sem carteira assinada foi reduzido em 407mil postos de trabalho no último trimestre.

Os ataques da reforma não param por aí, agora, mulheres grávidas e que estão amamentando terão que trabalhar em lugares insalubres, mesmo que isso coloque sua vida e de seus filhos em risco. Mas o Estadão e os grandes capitalistas querem comemorar que os trabalhadores não possam mais reclamar de suas condições de trabalho.

A queda dos processos trabalhistas aconteceu porque agora o trabalhador tem que bancar os honorários de seu processo, perdendo ou ganhando. Com a incerteza de ganho de causa, sabendo que não se pode confiar na justiça, os trabalhadores deixam de processar seus patrões e essa situação permite às empresas que aumentem a taxa de exploração, com duplas jornadas e assédio moral sem ter que pagar nada por isso.

A matéria do Estadão comemora a queda do número de ações na justiça e afirma que danos morais e insalubridade são difíceis de provar e por isso os juízes rejeitam esses processos com base nas novas regras trabalhistas. O jornal vai além e afirma que os “derrotados pagam a conta”, o que obriga os trabalhadores a pagar indenização para a empresa exploradora como denunciamos aqui.

Não bastasse a nossa exploração e as diversas humilhações desde o transporte lotado, caro e sem conforto até as horas extras e os assédios, centenas de trabalhadores ainda terão que arcar com os honorários dos processos trabalhistas. O Estado de São Paulo e os grandes capitalistas querem que sejamos nós os que paguemos pela crise.

Infelizmente, a esquerda que busca "Reconstruir o Brasil" num Manifesto que inclui partidos burgueses como PDT e PSB não conseguirá ter nada além de palavras ao vento. Somente a luta de classes que com os trabalhadores à frente pode impor às centrais sindicais um plano de luta urgente para enfrentar a reforma trabalhista e lutar pelo fim da exploração, isto é, pelo fim do capitalismo.

 
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