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USP
Para organizar nossas demandas, o DCE da USP precisa convocar imediatamente uma Assembleia Geral
Lara Zaramella
Estudante | Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo

Os acontecimentos no Brasil das últimas semanas dizem muito sobre a situação política do país. Frente a diversos ataques e tais acontecimentos, é mais do que necessário que o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade de São Paulo convoque uma Assembleia Geral. Enquanto isso em nossa universidade trabalhadores terceirizados passam fome por conta da política criminosa da reitoria.

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Nas últimas semanas o país tem passado por acontecimentos políticos muito intensos, que demonstram o caráter e a grandeza dos ataques que o governo tem jogado nas costas da população, da juventude e dos trabalhadores. Há menos de um mês ocorreu o assassinato brutal da vereadora Marielle Franco, que deixou mais do que claro as políticas repressivas do governo golpista de Temer com a Intervenção Federal no Rio de Janeiro, um dos estados brasileiros mais afetados pela crise econômica, além da crise política e social. Esse crime estatal a uma mulher negra, LGBT, vereadora de esquerda, tem um peso político importante, tendo repercussão e comoção nacional e internacional, questionando de fundo não só a política da Intervenção Federal e a ação das forças repressivas do Estado, a polícia, mas também ao governo golpista e os ataques da direita.

Ao mesmo tempo, há menos de uma semana ocorreu uma grande vitória da classe trabalhadora na cidade de São Paulo, em que os servidores municipais, com quase a totalidade da categoria de professores em greve, conseguiu, após 19 dias em greve, derrotar o projeto SampaPrev do prefeito João Doria, demonstrando como a luta, mobilização e organização podem levar à vitória do movimento, não deixando ataques importantes passarem. Essa semana juízes cheios de privilégios que nunca foram eleitos por ninguém pretendem decidir em quem o povo tem direito de votar, julgando se condenam ou não Lula a prisão. Enquanto setores da extrema direita atacam a caravana do ex-presidente no sul.

Enquanto isso, dentro na Universidade de São Paulo, como se não bastasse o acelerado curso de desmonte e precarização provocado pelos "Parâmetros de Sustentabilidade", mais conhecido com PEC do fim da USP, que provoca um congelamento de 5 anos no orçamento da universidade, e foi aprovada ano passado pelo Conselho Universitário, enquanto estudantes, professores e funcionários eram brutalmente reprimidos com bombas e balas de borracha. Agora a reitoria está deixando trabalhadores terceirizados do bandejão literalmente passar fome, enquanto quilos de comida são jogados fora todos os dias. Tudo em nome dos lucros e da exploração desses trabalhadores, em sua maioria mulheres e negras.

É frente a esses fatos importantes que aconteceram nos últimos tempos,
que é necessário questionar o papel, posicionamento e importância dos estudantes da maior universidade da América Latina, a USP, estarem debatendo e organizando ações ao lado dos trabalhadores, gritando que não vamos deixar passar ataques a nenhum direito. Infelizmente, a presença dos estudantes da USP, de forma organizada, não aconteceu em nenhuma das lutas e mobilizações. O DCE sequer convocou uma Assembleia Geral para que os estudantes possam debater como vamos nos colocar na linha de frente de barrar os ataques da direita e da reitoria, muito menos para discutir como podemos arrancar vitórias e direitos que nos vêm sendo negados.

As assembleias são espaços democráticos em que se pode acontecer um vivo debate entre todos os estudantes, para que possamos nos organizar frente a tudo isso. As entidades estudantis, os centros acadêmicos dos cursos, podem ser um instrumento de organização dos estudantes muito importante. É possível ver na história, seja no papel fundamental do movimento estudantil de Maio de 1968 na França, há exatos 50 anos, seja no movimento estudantil da própria USP, que na ditadura, foi fundamental para organizar os estudantes e demonstrar repúdio e luta contra o governo ditatorial.

Nós, da Juventude Faísca, acreditamos que os espaços democráticos das assembleias são fundamentais para que todo estudante possa se colocar e assim possamos nos organizar. Acreditamos que o movimento estudantil pode ser mais combativo e arrancar vitórias e fazer a diferença nas lutas, dentro e fora da USP. Façamos como os professores, que através da luta e organização, derrotaram um ataque brutal aos direitos trabalhistas e deixaram o prefeito Doria calado e de mãos atadas. Exigimos já que o DCE, hoje sob a gestão da chapa Nossa Voz (Balaio, UJS e Levante Popular da Juventude), se preocupe e se ocupe em organizar e convocar uma Assembleia Geral dos estudantes da USP!

Imagem: Jornal do Campus

 
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