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TRUMP EUA
Despedida de Tillerson: está morto o acordo nuclear com o Irã?
Juan Chingo
Paris | @JuanChingoFT
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A poucos dias de iniciada a guerra tarifária e de aceitar por surpresa se reunir cara-a-cara com o líder norte-coreano, Kim Jong-un, o mandatário republicano anunciou a destituição de seu Secretário de Estado, Rex Tillerson, e sua troca pelo diretor da CIA, o falcão Mike Pompeo. Com a saída de Tillerson, cai outro dos pesos pesados que tentavam moderar os brotes nacionalistas de Trump (na semana passada foi a vez do conselheiro econômico, Gary Cohn).

A saída de Tillerson não foi novidade nenhuma. Em Washington se imaginou o termo Rexit (de Rex e Exit) para se referir a sua iminente marcha e se falava abertamente de sua substituição por Pompeo. É que as desavenças entre Trump e seu Secretário de Estado eram insustentáveis. Desde sua oposição à saída do Acordo de Paris contra a Mudança Climática, assim como o deslocamento da Embaixada dos Estados Unidos a Jerusalém, sem falar de Qatar ou Irã ou mais recentemente da guerra tarifária ou sua negativa a impor sanções à Venezuela, a diferença de Trump.

Sendo a Secretaria de Estado um posto em cima dos demais no Gabinete, esse nível de diferenças não pode ser tolerável. Mais ainda quando o Secretário de Estado fala, ele é a voz dos Estados Unidos e do Presidente. Agora, entre Trump e Pompeo não vai existir essa separação: o ex-diretor da CIA tem uma relação diária com o presidente e nenhum membro do gabinete goza da confiança do presidente como ele.

A decisão de Trump ao tirar essa pedra de seu sapato, mostra a importância que ele dá a seu encontro cara-a-cara com o líder da Coréia do Norte, colocando na diplomacia alguém de sua inteira confiança. Mas conhecendo o novo personagem e o papel de seu substituto, uma dúvida que surge é se a política de Trump aponta para abrir uma (ou mais?) frente: Irã. O ex-secretário de Estado salvou a duras penas o pacto nuclear com o Irã, graças ao apoio do conselheiro de Segurança Nacional, Herbert McMaster, e o Secretário de Defesa, James Mattis. Uma decisão da qual Trump, ainda que a tenha assumido por pressão interna, não deixava de se queixar em público e em privado.

De sua parte, o ex-chefe da CIA é um neoconservador com uma atitude racista anti-muçulmana e um ódio especial em relação ao Irã, comparando-o com o ISIS. Que agora se converta em Secretário de Estado é um mal sinal para o acordo nuclear com o Irã. A possibilidade de chegar a um compromisso com a União Europeia se estreitou enormemente.

O reencontro na segunda-feira passada, 5, em Washington, com o todo sorridente Benyamin Netanyahu, apesar de seus problemas internos, e a próxima reunião com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohamed bin Salman, no próximo dia 20 de março na Casa Branca, não predizem nada bom.

 
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