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Divergências e tensões no PSOL abrem debates sobre os rumos do partido
Redação

Houve crítica à linha do setor majoritário do partido em relação à assinatura do Manifesto com PT, PCdoB, PDT e PSB e em relação à candidatura a presidente de Guilherme Boulos.

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A primeira crítica unificada de setores do partido se expressou em relação à assinatura por parte do Presidente da Fundação Lauro Campos, ligada ao PSOL, ao Manifesto “Unidade para reconstruir o Brasil”, uma plataforma programática que também foi firmada por representantes do PT, PCdoB e até mesmo partidos diretamente burgueses como PDT e PSB. Amplos setores, incluindo diversas correntes políticas, dirigentes do partido, parlamentares, rechaçaram a iniciativa, com críticas metodológicas e de conteúdo.

O lançamento da pré-candidatura de Boulos também gerou muitas críticas e especialmente a saudação em vídeo de Lula à sua candidatura. Referências da corrente interna Movimento Esquerda Socialista, como Luciana Genro e Sâmia Bonfim saudaram a filiação de Boulos mas criticaram o conteúdo de sua candidatura. Plinio de Arruda Sampaio Jr, professor da Unicamp e também pré-candidato a presidência pelo PSOL, se posicionou mais frontalmente contrário, assim como outras correntes internas e referências do partido como Renato Cinco, vereador no Rio.

Os pré-candidatos a presidente pelo partido no dia 7/3 se reuniram no Rio pela primeira vez para um debate entre candidatos, o que também foi motivo de crítica aos métodos da direção majoritária do partido por parte de setores que criticam como burocrática a postura de se apoiarem somente na resolução congressual de dezembro, onde mais de 70% do partido votou pela definição da candidatura numa conferência eleitoral, que será amanhã, 10/3. O debate expressou posições diferentes sobre diversos temas, em especial sobre que relação estabelecer com Lula e o PT.

Uma minoria do partido reivindica que seriam necessárias prévias para definir o candidato, argumentando que é necessário mais debates e uma votação ampla na base do partido. Estes setores estão inclusive organizando um ato no dia de hoje, 9/3, em São Paulo, impulsionado pela candidatura de Plinio Jr.

Para nós, o conteúdo desses debates revela a crise de um partido que é amplamente reconhecido como o partido à esquerda do PT e se reivindica socialista, mas apresenta um programa essencialmente reformista, que não aponta pra ruptura com o capitalismo, buscando reeditar o "PT das origens" com seu programa democrático e popular - mas sem sua base operária - ou repetir as experiências internacionais como Syriza e Podemos, que já demonstraram sua falência estratégica.

Trata-se de um expressão da orientação de privilegiar a atuação parlamentar-eleitoral (terreno da burguesia) em detrimento da luta de classes, da resistência aos ataques do governo e da burguesia, e da construção de uma alternativa política com influência de massas que supere o PT pela esquerda. A plataforma Vamos lançada em agosto do ano passado e assumida por várias correntes do partido é uma consolidação deste programa pequeno-burguês. Entretanto agora há um claro salto de qualidade na disputa dos rumos do partido com um Manifesto assinado com PT e PCdoB, e com partidos abertamente burgueses como PSB e PDT buscando uma confluência programática.

Ao mesmo tempo, o aval de Lula à candidatura de Guilherme Boulos, se permanecer na linha expressa com o vídeo no lançamento, posiciona o PSOL como quinta roda do petismo. Isso se encaixa com o programa delineado pelo Manifesto de fevereiro, que entre outros pontos pretende "manter sob controle a dívida pública, assegurar o equilíbrio fiscal do Estado", ou seja, o mesmo esquema neoliberal de desvio do orçamento público para o grande capital. Não é um problema menor que a maior parte dos setores do PSOL que corretamente criticam estas políticas, apesar de nunca terem apresentado um projeto claramente alternativo ao PSOL, representem justamente a ala que de diferentes formas apoiou o golpe institucional de 2016.

É preciso lutar por um programa anticapitalista, revolucionário e dos trabalhadores pra construir uma alternativa que supere o PT pela esquerda pra enfrentar o golpe, a direita e os capitalistas.

 
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