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INTERVENÇÃO MILITAR NO RJ
Senador do PMDB dono do "Helicoca" nunca foi alvo de busca e apreensão
Jean Barroso

Zezé Perrella (PMDB) disse que 445 kg de pasta à base de cocaína transportadas em seu helicóptero não eram suas e a polícia decidiu aceitar sua versão sem indiciá-lo.

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Enquanto moradores das favelas são alvo da intervenção federal de Temer, que quer legalizar as invasões às casas de trabalhadores comuns com mandados de busca e apreensão de coletivos em regiões inteiras, sabemos que os verdadeiros criminosos passam longe da investigação da polícia, sejam os casos de corrupção, seja mesmo os casos em que há claros indícios de envolvimento com o tráfico de drogas.

Zezé Perrella, hoje senador pelo PMDB, é um destes casos que mostra como a justiça e a polícia é usada de maneira diferente quando o alvo é pobre, favelado e negro, ou quando é um rico políticos. Em 2013, o senador teve seu nome associado ao transporte de 445 kg, quase meia tonelada, de pasta base de cocaína.

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A droga foi encontrada em um Helicóptero de propriedade da família Perrella. A polícia pediu mandado de busca, apreensão ou prisão do político como o exército quer para as favelas? Claro que não: ao invés disso, em 10 de dezembro deste ano, a Superintendência da Polícia Federal do Espírito Santo informou por nota que não estava configurado "qualquer indício de envolvimento da empresa proprietária do helicóptero utilizado para o transporte da droga, nem de seus representantes legais". Já um jovem, só por ser negro ou morar na favela, automaticamente se torna suspeito, ou diretamente alvo, da mira da polícia nas favelas do Rio.

Ao contrário disso, Zezé Perrela e seu filho Gustavo Perrella, que é deputado estadual, nem mesmo foram indiciados e o "Helicoca" foi entregue de volta a eles assim que possível.

Leia também: Abaixo a intervenção federal, continuidade do golpe de Temer. Fora as tropas do Rio!

Em 2017 os delegados responsáveis pelo caso afirmaram não encontrar nenhum indício que ligasse o Senador ao tráfico. Neste mesmo ano, o Senador foi gravado em um grampo em conversa com Aécio Neves, quando ironizou: "Eu não faço nada de errado, eu só trafico drogas". (Leia mais sobre o caso aqui).

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Esta intervenção militar no RJ é uma farsa, do ponto de vista do combate ao tráfico de drogas: os que mais lucram com esta atividade passam longe das favelas do Rio! Estão em seus helicópteros, jatinhos particulares, comendo do bom e do melhor, gozando de influência direta nos políticos, os mesmos que votaram à favor desta intervenção. O objetivo é aumentar a repressão contra os pobres e trabalhadores.

O tráfico de drogas é uma atividade altamente lucrativa justamente porque é ilegal, o que torna a mercadoria cara, e os agentes públicos corruptos lucram muito com esta atividade. Do policial da esquina ao alto escalão, uma grande rede se beneficia ao tornar a droga ilícita, lucrando enquanto os trabalhadores morrem alvo das balas da polícia e do tráfico nos morros.

Uma solução realista para a crise social no Rio seria a legalização das drogas sob controle estatal. Para a violência urbana, é necessário atacar a raiz do problema que é o desemprego, a pobreza e a miséria criada por este sistema, que joga todos dias os jovens pobres para a vida do crime. A culpa disso é em primeiro lugar dos capitalistas que lucram com esta miséria, mas também do estado que despeja a crise nas costas dos trabalhadores e depois só prepara mais repressão.

 
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