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CRISE NA EDUCAÇÃO
Universidade Federal de Juiz de Fora suspende semestre letivo da graduação por corte de verbas
Francisco Marques
Professor da rede estadual de Minas Gerais

Devido ao corte orçamentário do governo federal e à greve dos técnico-administrativos, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) decidiu, nesta terça-feira (28), pela suspensão do calendário letivo do 2º semestre de 2015 para os alunos da graduação, presencial e à distância.

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Em reunião do Conselho Superior da instituição nesta terça-feira (28), a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) decidiu pela suspensão do calendário letivo do 2º semestre de 2015 para os alunos da graduação, presencial e à distância. A suspensão inclui todos os campi de Juiz de Fora e de Governador Valadares. A reitoria e o Conselho Superior da universidade alegam como motivo, além do corte orçamentário, a greve dos funcionários técnico-administrativos.

As aulas, que estavam previstas para começar na próxima segunda-feira (3), só voltarão caso haja “suplementação da verbas” por parte do governo federal, segundo a reitoria. Enquanto isso, cerca de 17 mil estudantes desta universidade estão sem desenvolver suas atividades. Neste cenário, é absurdo o tom da reitoria de “diálogo” com o Ministério da Educação e com o governo federal, sem denunciar claramente o corte orçamentário que impede a universidade de funcionar e sem posicionar-se pelo atendimento das reivindicações dos trabalhadores em greve.

Em todo o país, a greve nacional dos servidores afeta 67 instituições federais, e a proposta do governo federal é de corte nos salários da categoria, pois ofereceu 21,3% de reajuste ao longo de quatro anos, sendo que inflação está hoje prevista para mais de 9% só em 2015; esse reajuste proposto na verdade significaria um ofensivo arrocho salarial, contando também que todas as previsões para a economia do país são de piora do quadro, com maior recessão e aumento da inflação. As demandas centrais dos trabalhadores grevistas são o reajuste salarial de 27,3% (com reposição das perdas salariais para inflação desde janeiro de 2011), melhora na carreira e contratação de mais funcionários.

É escandaloso que o governo Dilma prefira manter o superávit primário e os lucros dos grandes bancos e empresários enquanto estudantes precisam ficar sem aulas. Neste ano, os cortes em gastos sociais já totalizam quase 80 bilhões tirados da saúde, educação, etc.; a inflação vem rapidamente diminuindo o poder de compra da população, batendo o “recorde” dos últimos 12 anos; o aumento nas contas de luz foi de quase 40%. Isso tudo para manter em dia o ajuste neoliberal, custe o que custar aos trabalhadores e ao povo.

A suspensão do semestre na UFJF (o que já aconteceu na UFRJ e outras federais) mostra o que pode vir para estudantes de outras universidades. A UFMG, por exemplo, já teve suas matrículas adiadas e não há previsão de volta às aulas. A greve dos servidores é forte e fez com que as aulas não possam voltar, mas o próprio reitor da UFJF confessou que “se não houver uma suplementação de verba na universidade, não teríamos como terminar o ano se começássemos agora”, mostrando como o problema é profundo.

Os trabalhadores da UFJF e das universidades federais de todo país terão que derrotar a intransigência de Dilma, Joaquim Levy (Ministro da Fazenda), Renato Janine (Ministro da Educação), das reitorias e de toda esta aliança reacionária para conseguir suas demandas. Os estudantes devem apoiar ativamente a greve, pois é junto a estes trabalhadores que poderão impedir a precarização e privatização ainda maior das universidades públicas.

 
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