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PRIVATIZAÇÃO
"Privatização já está gerando demissões em massa no Metrô de SP", diz diretora do Sindicato
Redação

Reproduzimos abaixo entrevista com Marília, demitida política da greve de 2014 pelo governador Geraldo Alckmin, e atual diretora do Sindicato dos Metroviários de SP

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Esquerda Diário - Alckmin diz que a privatização não acarretará em demissões, que o Metrô está contratando e vai beneficiar a população. Isso é verdade?

Marilia - Não. O governador está mentindo duas vezes para a população. Primeiro que a privatização já está gerando demissões em massa no Metrô de SP. Desde o ano passado, com a implementação do programa "Conte Comigo" chefiado por Cristina Bastos, a empresa já demitiu mais de 50 trabalhadores de diversas áreas, isso sem contar o PDV que está em curso com uma meta de 1200 demissões. As atuais contratações que vêm sendo feitas pela empresa na prática servem para ir gradativamente substituindo a mão-de-obra atual por uma mais precarizada (com salários mais baixos e menos direitos), ou diretamente terceirizada. Como é visto hoje com a terceirização das bilheterias das linhas 02, 05 e 15, ou com os funcionários que estão entrando agora sem treinamento de bilheteria, perdendo direitos. A segunda mentira de Alckmin é que o Metrô está se expandindo. Quantas Copas do Mundo passaram e as obras continuam paradas? Não existe uma real expansão, o que existe é entrega do patrimônio público para iniciativa privada, as custas do suor dos trabalhadores.

ED - Podemos dizer que as demissões são retaliações da última greve do dia 18/01?

M - As demissões já vinham desde o ano passado. Inclusive, alguns trabalhadores que por medo "furaram a greve", no dia seguinte, foram demitidos pela tal "baixa produtividade ". Então não é esse o critério. Pelo contrário, a mobilização, a luta, e a conscientização nas áreas de que devemos adotar uma estratégia de "Demitiu, parou" é a resistência que podemos fazer contra esse processo de demissões decorrentes da privatização.

ED - Qual a justificativa que a empresa utiliza para demitir? Como é considerada a "baixa produtividade"?

M - A empresa tem usado a justificativa de baixa produtividade para disfarçar as demissões em massa e aprofundar o processo de privatização. Para isso, ela se apoia na avaliação de desempenho, totalmente subjetiva e sem nenhum critério, realizada anualmente pela supervisão. O que vem acontecendo é que existe uma ação proposital da chefia de departamento em abaixar as notas, principalmente nas estações. Com a nota baixa, o funcionário se torna "baixo produtivo" e é demitido. Há também os que são diretamente perseguidos, como no caso de ativistas que assumiriam a CIPA como o André Bof, e do diretor do Sindicato Maruzan. O exemplo mais gritante é no trecho de São Bento e Luz, onde já ocorreram diversas demissões, todas fruto da baixa avaliação feita pela chefia. Vale lembrar que essas avaliações já foram consideradas ilegais pela SRTE, já que o Metrô está inserindo as faltas justificadas por licença médica como critério para baixar a nota. O que nos leva a perguntar: como estações tão movimentadas funcionam tão bem se os funcionários são "baixo produtivos"? A verdade é que se existe baixa produtividade no Metrô, ela é da gerência atual, envolvida em diversos escândalos de corrupção e indicados do governador. Esses são os verdadeiros cabides de emprego que estão entregando o Metrô para as empresas privadas.

ED - Essa semana foram quantos demitidos?

M - Semana passada foram 06, nessa mais 03, e cada semana ocorrem novas demissões. Na sexta feira pré carnaval foram 2 funcionários da manutenção e um operador de trem da Linha 1 - Azul. Demissões que geraram, com razão, muita indignação na base. Não a toa no pátio Jabaquara, os trabalhadores paralisaram durante 1 hora as atividades exigindo resposta da gerência. Uma nova reunião foi agendada para semana que vem para tentar reverter a demissão. Esse é o exemplo que devemos seguir. Se não dermos uma resposta em cada área, o Metrô seguirá com as demissões. E por isso venho insistido para a diretoria do Sindicato dar maior atenção a esse tema, que não vem sendo tratado com a centralidade devida. Nem assembleia está sendo convocada. A diretoria, principalmente a CTB e a CUT que são maioria, devem imediatamente convocar assembleia, isso seria o mínimo a se fazer, sem contar as setoriais nas áreas que também devem ser feitas o quanto antes.

 
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