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ESCRAVIDÃO
Mais 600 pessoas foram resgatadas pelo menos duas vezes da escravidão no Brasil
Redação

De acordo com levantamento publicado pelo Observatório Digital no Brasil, organismo vinculado à Organização Internacional do Trabalho (OIT) e ao Ministério do trabalho, 613 pessoas foram resgatadas pelo menos duas vezes da escravidão desde 2003 até 2017.

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De acordo com a OIT foram resgatados da escravidão no Brasil cerca de 35,3 mil trabalhadores desde 2003. Destes 613 voltaram a ser escravizados e resgatados. 4 desses trabalhadores resgatados mais de 4 vezes, e 22 mais de três vezes. A reincidência é maior entre aqueles que tem menor escolaridade. Embora a OIT tenha registrado 613 casos de reincidência em situação de escravidão, ela mesma admite que os números possam ser muito maior.

"Os dados disponíveis se referem à concessão de seguro desemprego na modalidade trabalhador resgatado, a última fase de um longo processo. Para ser incluído nessa estatística, o trabalhador deve ter passado pelas etapas de aliciamento, exploração, denúncia, investigação, operação de fiscalização, resgate e, por último, acesso ao seguro desemprego", explica a OIT.

Ainda de acordo com os dados, a imensa maioria dos trabalhadores resgatados da situação de escravidão se declaram negros, cerca de 64% dos que declararam. Mais de 85% são trabalhadores do campo.

De acordo com a Fundação Walk Free, estima-se que existam hoje no Brasil mais de 161 mil trabalhadores em situação de escravidão. A estimativa mundial é de 45 milhões de pessoas.

Leia mais: Mais de 40 milhões de pessoas sofrem em escravidão moderna sob o capitalismo

No ano passado, no Brasil, o número de operações realizadas para erradicar o trabalho escravo baixou 23,5%. Ou seja, o governo golpista de Temer retirou a capacidade das operações de resgate de realizar resgates. Também havia tentado ao longo do ano impedir a divulgação da lista de empresários que usam trabalho escravo.

Ainda em 2017 o governo havia soltado uma portaria que modificava as definições de trabalho escravo, limitando a situações onde o trabalhador estivesse privado do direito de ir e vir. Depois de imenso rechaço popular e entre juristas, a portaria foi revogada. Porém, na prática, o governo passou a diminuir o combate à escravidão, uma concessão aos ruralistas em troca de apoio para votar medidas que atacam os trabalhadores e favorecem os patrões.

A aprovação da reforma trabalhista aprofunda ainda mais a precarização do trabalho e na prática legaliza a escravidão. O trabalho intermitente, os contratos precários são um profundo ataque à classe trabalhadora. Os trabalhadores mais vulneráveis, no campo, nas carvoarias, nas colheitas de castanha, nas fabricas clandestinas de costura, estarão ainda mais vulneráveis a todo o tipo de exploração e privação da liberdade.

Saiba mais: Trabalho escravo é modalidade do capitalismo brasileiro

 
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