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SOBRE JULGAMENTO DO LULA
Mercado financeiro: sedento para que judiciário autoritário defina as eleições
Raimundo Nonato
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A arbitrariedade do julgamento antecipado de Lula com o objetivo de definir, através de três desembargadores, em quem milhões poderão votar, atrai elogios e esperanças nos bancos e acionistas financeiros. Estes setores, que fomentaram o golpe institucional, estão salivantes por sua continuidade no TRF4: esperam uma condenação por 3 a 0 para que "as Bolsas não oscilem".

"O movimento positivo na Bolsa desde o começo do ano tem um componente de exterior e a percepção do mercado de que viria uma condenação por 3 x 0, que dificultaria a candidatura de Lula", diz Silvio Campos Neto, economista da consultoria Tendências, noticiado pela Folha.

Para ele, a queda de 1,2% da Bolsa brasileira nesta terça (23) seria uma antecipação do resultado de quarta, com os investidores preferindo embolsar os lucros antes de a condenação ser confirmada pelo TRF-4.

Ronaldo Patah, estrategista de investimentos do UBS Wealth Management, também considera que "uma parte da alta da Bolsa no ano contabiliza o cenário de uma disputa sem o ex-presidente", mesmo com a incerteza envolvendo a judicialização das eleições.

"Entre o 3 x 0 e o 2 x 1, claramente o mercado tem um viés de acreditar mais em um resultado unânime. Se a decisão do Moro for referendada, o impacto positivo na Bolsa e no dólar tende a ser menor que o reflexo negativo de um 2 x 1", afirma.

É a mesma avaliação de José Francisco Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator. "Uma decisão dessas abriria um leque maior de opções para o ex-presidente recorrer. Mesmo que seja 3 x 0, ainda existe espaço para recurso. Pode ser que isso não acabe amanhã. O assunto não está esgotado".

Estas são as sugestões - de fato, as imposições - das finanças que pressionam pelas reformas de Temer, como a reforma da previdência, e a conquistada reforma trabalhista, que transformou a vida dos trabalhadores num inferno.

Apoiadores das candidaturas que espelham a sede por atacar nossos direitos, os mercados financeiros querem também definir em quem a população poderá ou não votar.

Se fosse para aplicar seriamente a Lei da Ficha Limpa, toda a banda de mafiosos golpistas tampouco poderia se candidatar e não sobraria quase nenhum candidato conhecido de pé. Por isso, não confiamos nesses juízes milionários que não foram eleitos por ninguém para decidir quem pode ou não se candidatar.

Não apoiamos o PT – duplamente responsável pelo fortalecimento da direita que aplicou o golpe institucional e as contrarreformas - e batalhamos para mostrar para os trabalhadores que Lula não é nenhuma alternativa à direita golpista: mas damos essa luta política contra o PT ao mesmo tempo em que rechaçamos qualquer tentativa de restringir ainda mais os direitos democráticos das massas, que hoje se expressa em seu direito de votar em quem quiser, inclusive em Lula.

 
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