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INTERNACIONAL
Tunísia: segunda noite de revolta contra as políticas de austeridade
Juan Andrés Gallardo
Buenos Aires | @juanagallardo1
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A segunda noite de protestos na Tunísia teve mais de 200 manifestantes detidos e dezenas de feridos pela repressão policial.

A polícia tunisiana disparou balas de borracha e gás lacrimogêneo contra os manifestantes na capital.

Os protestos são contra os cortes orçamentários e a alta dos preços, que são parte de uma série de medidas de austeridade aplicadas pelo governo a pedido de uma missão do Fundo Monetário Internacional (FMI).

“A cidade de Sidi Bou Said tem um valor simbólico importante porque é onde faz sete anos se originaram os protestos que terminaram na queda de Zine El Abedin Bem Alí, e deram inicio ao processo da “Primavera Árabe” em toda a região”.

Na cidade de Bem Arous, que é parte da periferia capitalista, um grupo de pessoas saqueou um local da cadeia de supermercados Carrefour.

Os porta-vozes do governo haviam se mostrado indignados com os saques na terça-feira, dizendo que essa forma de se manifestar não era “democrática”, como se o aumento dos preços que têm impacto na vida de milhões de pessoas não fosse um ato violência em si mesmo.

Antes dos protestos se estenderem por todo o país, o governo recomendou aos supermercados e aos grandes estabelecimentos comerciais que adiantassem em duas horas o horário de encerramento de suas atividades.
Na noite de terça-feira, a polícia de concentrou na capital e em diversas áreas do país, inclusive na cidade de Tebourna (localizada a 40 km a oeste da capital), onde na segunda-feira um manifestante morreu em meio a repressão policial.

O incidente levou a que dezenas de jovens se concentrassem, na terça-feira, em frente a sede do Ministério do Interior sob a palavra de ordem “Polícia assassina, ministério terrorista” e “não temos medo, as ruas voltarão a ferver”.

Enfrentamentos similares se sucederam também em cidades do sul do país, como Gafsa, capital mineradora, Kasserine, fronteira da Argélia e feudo jihadista, e Sidi Bou Said.

A cidade de Sidi Bou Said tem um valor simbólico importante porque é onde faz sete anos se originaram os protestos que terminaram na queda de Zine El Abedin Bem Ali, e deram início ao processo da “Primavera Árabe” em toda a região.

Os distúrbios representam um dos desafios mais graves para o atual governo, que se constituiu ao final de 2016. As autoridades prometeram ao Fundo Monetário Internacional que reduziriam o gasto em troca de um empréstimo de 2.900 milhões de dólares este ano. Desde então, o Executivo tem elevado os impostos em diversos setores e empreendido uma política de demissões e de aposentadoria antecipadas no serviço público.

Os cortes dos subsídios agravaram a situação em um país onde a taxa de desemprego juvenil supera 25%, e a inflação anual alcançou 6,4% ao final de 2017. O salário mínimo é por volta de 160 dólares por mês, porém, segundo os economistas seria necessário pelo menos $ 240 para poder sobreviver.

A poderosa União Geral dos Trabalhadores da Tunísia (UGTT), o principal sindicato do país, pediu um aumento “excepcional” das prestações concedidas às famílias mais necessitadas, e exigiu que o governo eleve o salário mínimo e aumente o salário para os trabalhadores da construção.

Ontem, o primeiro ministro, Yusef Chaheed, qualificou como compreensível o protesto, porém pediu calma “porque a violência não é aceitável”, enquanto a oposição decidiu intensificar as mobilizações até que os orçamentos do estado sejam anulados.

Para este domingo, sétimo aniversário do início da Primavera Árabe, organizações sociais, junto aos partidos da oposição convocaram uma grande manifestação para denunciar tanto a política de cortes, imposta pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), como a redução gradual de direitos civis alcançados após as manifestações que derrubaram Bem Ali.

 
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