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LGBTFOBIA
Pai mata namorada de filha quando ela era pedida em casamento
Virgínia Guitzel
Travesti, trabalhadora da educação e estudante da UFABC
Marie Castañeda
Estudante de Ciências Sociais na UFRN
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Anne Mickaelly de apenas 23 anos foi assassinada na noite deste domingo (7), quando havia ido à casa da namorada para pedi-la em casamento.

A jovem foi assassinada a facadas na noite desse domingo (7), na quadra 519 de Samambaia. O pai de 46 anos, da garota com quem a vítima mantinha um relacionamento amoroso é o principal suspeito deste brutal crime de lesbofobia.

No local, antes de fazer o pedido, Mickaelly soltou alguns fogos de artifício. Irritado, o suspeito pegou uma faca e correu atrás da vítima. Ao ser alcançada após alguns metros de corrida, ela foi esfaqueada na cabeça e no rosto. A jovem morreu no local e o homem fugiu e permanece foragido.

Jose Eduardo Galvão, delegado responsável pelo caso, diz que vários vizinhos foram ouvidos e confirmaram terem visto o homem atacando a jovem. Galvão disse que o suspeito já tinha passagens pela polícia, mas nada relacionado a homicídio. “Era uma coisa que ele não esperava[o pedido de casamento] e não reagiu bem. Agora vai ter que pagar por isso”.

Mais uma história de amor que é infectada pela LGBTfobia. Uma noite que foi planejada para nunca ser esquecida, tornou-se um pesadelo. Infelizmente, Anne Mickaelly foi a sexta vítima da lesbofobia em 2018, que já chegam a 8 assassinados, segundo a página Lesbocidio. Anne significou uma dolorosa morte que deixa uma angustia em seus amigos que se manifestaram no facebook muito abalados.

Não podemos aceitar calados esta situação. É preciso organizar uma luta contra a LGBTfobia e o capitalismo para que possamos evitar que mais casos dramáticos como este aconteça. A morte de Anne é o último elo de uma cadeia de violências que atingem as mulheres lésbicas. Enquanto não existe direito a ter aulas sobre a sexualidade, não conhecer o próprio corpo na escola e seu direito à ele, são as mulheres lésbicas que sofrem com os estupros corretivos. Afinal, é impensável que exista amor e prazer entre duas mulheres. Sua sexualidade não é identificada como válida quando procuram ajuda médica, com ginecologistas afirmando que não existe sexo. A prevenção para doenças sexualmente transmissíveis é praticamente inexistente, como se fossem inexistentes as lésbicas que sofrem violência inclusive e principalmente do Estado que se preocupa em legitimar a violência ou ser agente dela como com Luana Barbosa em 2016, ou esconder a LGBTfobia.

Essa longa cadeia precisa ser extinguida para que possamos desenvolver livremente nossa sexualidade. Queremos uma vida plena e não apenas sobreviver em meio a tanta repressão, medo e casos como de Anne. Seguimos gritando #NenhumaLGBTamenos enquanto não deixamos de sonhar e cada dia lutar para construir uma sociedade livre de opressão e de exploração. Ou seja, livre do capitalismo que nos aprisiona. Não vão nos calar"

 
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