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RIO GRANDE DO SUL
Sartori vai tentar aprovar ataques e privatizações ainda em janeiro
Valéria Muller

Sem sucesso na tentativa de fechar o ano com o Regime de Recuperação Fiscal de Temer aprovado, e pavimentando o caminho para privatização da CEEE, Sulgás e CRM, Sartori planeja convocar sessão extraordinária da Assembleia Legislativa no final de janeiro para encaminhar estes ataques.

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Aproveitando o verão e a cidade muito mais vazia do que o normal, o governador do RS José Ivo Sartori (PMDB) pretende interromper as férias dos deputados para dar andamento à adesão do Rio Grande do Sul ao Regime de Recuperação Fiscal do governo golpista, e à venda do patrimônio público gaúcho. Depois de não ter sucesso na tentativa de fechar o ano já com essas votações encaminhadas, Sartori aposta no verão, às vésperas do carnaval, para aprovar esses ataques.

Ocorre que Sartori também está acompanhando o desmantelamento de sua base na ALERGS. Nada disso tem a ver com o rechaço popular ao governo, que só aumenta na medida em que ataca e debocha mais e mais dos servidores, encerrando 2017 sem o pagamento do 13º e perseguindo professores grevistas.

Todos os partidos da direita tradicional do estado se erguem para as eleições de outubro e, ao que parece, ninguém quer apoiar Sartori, uma figura que foi eleita para assumir um enorme desgaste. Pode ser que se disciplinem em prol de acelerar a privatização das estatais gaúchas, porém o clima de racha generalizado na base do governo tem potencial de impedir que a votação ocorra sob os quase 40ºC que costumam aquecer a capital gaúcha em janeiro.

Ao que parece o cálculo do governo é que esperar o ano "começar" pode significar, mais uma vez, provocar a revolta dos servidores públicos e tornar essas votações inviáveis, como vem ocorrendo desde o ano passado. Para ele, que tenta se candidatar à reeleição - embora seu nome apareça mais para senador - fechar seu governo com mais protestos e mais rechaço popular não é o melhor plano. Com a corrida de velocidades da direita gaúcha à disputa pelo Piratini, essa seria uma derrota que aprofundaria o isolamento de Sartori, favorecendo outras figuras da direita como o deputado tucano Eduardo Leite e Ana Amélia Lemos (PP).

Seja quem for o grande candidato ou canditada da direita em 2018 no RS, terá pelo menos um elemento de continuidade com Sartori: governar para os empresários e as elites, jogando a crise nas costas da classe trabalhadora e do povo. É isso que têm em comum, em que pese as diferenças que existem entre eles, todos os nomes que surgiram até o momento.

É provável que Sartori já contasse com o desmantelamento da sua base de apoio às vésperas da eleição. O elemento com o qual ele e nenhum dos possíveis candidatos ao Piratini em 2018 querem contar, e que tem atravessado o governo Sartori desde o início, é a luta de classes. As maiores greves de professores das últimas décadas, assim como também grandes levantes de outros setores do serviço público estadual mostraram a Sartori, aos empresários e à casta política um pouco da força das trabalhadoras e trabalhadores gaúchos. Mais do que os rachas em sua base, é este elemento que pode fazer não só o governo recuar nas tentativas de privatização das estatais de geração de energia, mas impôr outras medidas para que não seja a classe trabalhadora e o povo pobre a pagarem pela crise.

 
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