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OPINIÃO
O capitalismo deu certo: menores imigrantes procuram calor em máquinas de lavar em Paris
Daniel Andrade
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Foto de Fabrice Riceputi no Twitter

Com o horror da reintrodução da escravidão na Líbia, graças a "ajuda" da União Europeia em fortalecer milicias líbias a sequestrarem imigrantes em alto-mar, esta foto se soma a uma crescente lista de horrores. Tirada em bairro de Paris (Goutte D’Or) onde menores imigrantes procuram calor dentro de tambores de máquinas de lavagem à seco escancara como o capitalismo produz além de Iphones e outras maravilhas tecnológicas um sem fim de barbáries do século XIX. Inclusive no países imperialistas.

Neste Natal milhares estão presos em campos de concentração, de Lesbos na Grécia, passando pela Macedônia, Hungria e tantos outros países na rota do desespero.

Saiba mais lendo "Natal no inferno: os refugiados na Europa"

Imagens que não se vê em propagandas da Coca-Cola e outras marcas que vendem seus produtos associados a uma imagem de felicidade no consumo em família.

Com cavalares doses de marketing e propaganda televisiva, em outdoors e toda parafernália que o capitalismo produz, o Natal é um tempo de comemoração da felicidade pelo consumo.

Uma felicidade que não é mentirosa, é realmente vivida por milhões ou centenas de milhões, mas é fugaz. É brindada por raros tempos de dispensa coletiva do trabalho e que por algumas horas, mesmo que em base a dívidas e imenso esforço pessoal de mães solteiras, avós-mães e familiares que tentam através de mercadorias dar algo de felicidade aos seus filhos e familiares. Quase como uma religião moderna que serve não só de "ópio do povo" mas também de “suspiro da criatura oprimida, o ânimo de um mundo sem coração e a alma de uma situação sem alma” , como dizia Karl Marx.

Mas a outra cara da moeda, necessária para reprodução desta grande festa são os trabalhadores em "oficinas do suor e do sangue" mundo à fora, trabalhadores do comércio em "jornadas intermitentes" ou seus equivalentes "zero hour contract" na Inglaterra, "McJobs" da Alemanha entre outros. O Brasil entra nesta lista de barbáries trabalhistas com a reforma trabalhista de Temer e dos capitalistas, uma reforma que produz "grandes ajudas" aos trabalhadores como empregos que pagam R$ 115, como o anunciado em rede de supermercado de Fortaleza.

Uma outra cara não conhecida desta grande festa tornada tempo de consumo no capitalista são as fábricas de enfeites em Yiwu na China onde são produzidos 60% dos enfeites natalinos do planeta.

A precarização do trabalho toca em primeiro lugar os negros, os imigrantes, as mulheres, as crianças e os menores de idade. Esse é o dia a dia do capitalismo preparando suas condições de "comemoração" anual natalina.

A felicidade fugaz com seus amigos e familiares apesar de toda essa propaganda é também uma pequena amostra que vivemos de que é possível viver em outra sociedade, que seria possível usando a crescente tecnologia não para que tenhamos que entregar mais e mais tempo aos capitalistas, mas para que todos tivessem emprego e mais tempo livre, para estudar, se divertir, ficar com a família.

Famílias que os jovens imigrantes em Paris da foto que ilustra a matéria deixaram para atrás em países arruinados por guerras que o imperialismo produz e enfatiza ou pela imensa pobreza em meio à pilhagem. Neste Natal lembramos também da barbarie imperialista para respirar fundo e batalhar por uma vida que tenha sentido de ser vivida o que só pode ser feito com olhos bem abertos e dedicando nossas energias físicas e intelectuais para acabar com o capitalismo.

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