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CADÊ O AMARILDO?
Ato na Rocinha lembra os dois anos de sumiço de Amarildo de Souza e é reprimido pela polícia
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No fim da noite desta quarta-feira (22), parentes e amigos do pedreiro foram reprimidos pelos policiais, com gás de pimenta, depois de tentarem fechar a Auto-Estrada Lagoa-Barra em protesto. Os PMs reprimiram com a justificativa de impedir que o ato bloqueasse a via, que liga a Barra da Tijuca à zona sul da cidade.

O desaparecimento de Amarildo causou grande indignação no Rio de Janeiro ainda no calor das jornadas de junho. Os jovens na rua exigiram o imediato aparecimento do ajudante de pedreiro. O rosto do Amarildo virou o símbolo dos casos não esclarecidos, dos “autos de resistências” e seu sumiço provocou uma forte resposta contra os crimes da PM nas favelas e sua repressão as manifestações no asfalto.

Elisabete Gomes da Silva, viúva de Amarildo, ficou indignada com a ação da polícia e perguntava, aos gritos, onde estava seu marido. Em entrevista para Agência Brasil declarou “Dois anos se foram, e são dois anos que não temos resposta. A gente não sabe onde está Amarildo. Eu quero que eles paguem pelos erros que fizeram. Destruíram minha família. Cadê o cadáver de Amarildo? Eu quero respostas sobre onde estão os restos mortais de meu marido”, falou Elisabete.

O filho de Amarildo, Emerson Gomes da Silva, também se pronunciou e disse que a família sofre sem poder dar um enterro digno ao pedreiro, que sumiu no dia 14 de julho de 2013, depois de ser levado por policiais militares para a base da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), no alto da favela. “Até hoje a família está angustiada, sem ter os restos mortais dele. Quero achar o corpo do meu pai, porque eles sabem onde está”.

Durante a confusão, um dos policiais tentou arrancar uma faixa de protesto das mãos dos manifestantes. Outros policiais tentaram algemar um dos ativistas, mas foram impedidos pelos manifestantes. Depois do confronto entre os PMs e manifestantes, uma parte da via foi liberada ao trânsito, que seguiu em meia pista. O ex-comandante da UPP, major Edson Santos, e 24 policiais ainda aguardam julgamento. Eles foram indiciados por tortura, ocultação de cadáver, fraude processual e formação de quadrilha pelo sumiço do pedreiro.

Passados 2 anos da morte de Amarildo, a repressão e violência policial continua sendo parte do cotidiano da vida nas favelas, os assassinatos seguem constantes, como a morte do menino Eduardo no Complexo do Alemão na zona norte do Rio, além deste caso vários outros como a morte de Claudia Ferreira, DG. O grito “Cadê Amarildo”, marcou uma inflexão na não aceitação da impunidade e segue cada dia sendo um questionamento vivo.

AGÊNCIA BRASIL/ ESQUERDA DIÁRIO

Leia mais em Dois Anos do desaparecimento de Amarildo

 
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