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PSDB DISCUTE "RENOVAÇÃO" DO PROGRAMA PARTIDÁRIO
PSDB defende “choque de capitalismo” em documento sobre programa partidário
Fernando Pardal
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O documento do Instituto Teotônio Vilela, braço teórico do PSDB, que foi lançado nessa terça-feira, 28 de novembro, fala hipocritamente em "pôr a gente brasileira em primeiro lugar". Seus primeiros exemplos de como fazer isso estão em reivindicar medidas do governo de FHC, tais como avançar na desestatização da economia, no ajuste e na responsabilidade fiscal", ou seja, em atacar o patrimônio público, os serviços públicos e beneficiar os empresários que lucraram com privatizações como as da Vale do Rio Doce, que anos depois mostraria um de seus resultados mais nefastos na tragédia de Mariana.

De "novo", esse documento não apresenta nada: na verdade o PSDB defende mais do mesmo, com privatizações, iniciativa privada dominando a sociedade e desmonte do Estado. Usam termos ora mais amenos, ora mais escancarados. Um trecho afirma que "Na realidade, o que o Brasil precisa é de mais sociedade civil, mais mercado". "Sociedade civil", como se vê, é na visão do PSDB o capitalismo brutal que quer lucrar em cima de cada mínima gota de suor dos trabalhadores. Eles querem "mais mercado" para gerir o país sob a lei do lucro e da exploração.

É verdadeiramente enojante a demagogia com que enfeitam sua intenção de transformar o Estado cada vez mais um agente dos negócios da burguesia. Vejam:

"A construção de um novo Brasil mais justo, solidário e
desenvolvido exige a aproximação do poder público e das
forças políticas aos reais interesses e necessidades dos
brasileiros, rompendo o fosso que separa governantes de
governados, ricos de pobres, capital de trabalho."

A reforma traballhista é um excelente exemplo de como o PSDB enxerga a "ruptura" desse "fosso": destruindo cada mínimo direito trabalhista para que o capital exerça livremente a dominação mais tirânica sobre o trabalho.

Entre as muitas palavras belas que colocam no documento de 26 páginas para tentar encobrir ou embelezar seus crimes, algumas são mais honestas quanto a seus reais propósitos, como "modernizamos a economia com maior abertura ao capital
privado e maior integração ao mercado global; aumentamos o
acesso da população a bens e serviços, por meio de
privatizações e concessões;"
. Sim, hoje todos temos direito a pagar muito caro em serviços precários que enchem o bolso dos capitalistas com milhões, como no caso das telefonias privadas.

Se orgulham da Lei de Responsabilidade Fiscal, que é um mecanismo jurídico feito para garantir que a maior parte do orçamento público será destinado aos lucros da especulação financeira dos capitalistas por meio do pagamento de juros da dívida pública. Enquanto isso, a "responsabilidade" está em cortar gastos com saúde, educação, transporte e moradia para a população.

Quando entram no aspecto mais ideológico de seu programa, dizem mais sinceramente o que defendem:

"Na história da humanidade, o capitalismo é o sistema econômico que gera mais e melhores condições materiais para que as sociedades e as pessoas possam conquistar melhor qualidade de vida e mais oportunidades."

Sim, que o digam os trabalhadores intermitentes que terão que pagar para trabalhar, ou os refugiados que morrem aos milhares no mundo, tais como os negros escravizados na Líbia ou as crianças escravizadas em Roraima. Por toda a parte, o capitalismo mostra como permite às pessoas "melhor qualidade de vida". É essa qualidade de vida que o PSDB quer.

Entre as medidas para essa "qualidade de vida" e "melhores condições materiais", o documento do PSDB defende "cortar desperdícios", tais como serviços públicos, contratação de servidores, "explorar ao máximo as potencialidades de governo eletrônico", impulsionar uma "agenda de concessões e privatizações" e "criar condições adequadas para que a atividade privada se desenvolva, inclusive por meio do empreendedorismo".

Coroam tudo isso defendendo o "choque de capitalismo" proposto pelo falecido ex-governador de São Paulo, Mario Covas, o que iniciou o desmonte completo da educação pública nesse estado.

Assim, o documento do PSDB mostra que, fiel a seus princípios, o objetivo do partido é favorecer aos capitalistas e reduzir qualquer tipo de direito social, fazendo das reformas de Temer uma ante-sala para seguir os ataques aos mais pobres e aos trabalhadores.

 
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