Hoje, 21, ocorreram manifestações em algumas cidades do país novamente contra a PEC 181, que quer proibir o aborto mesmo nos casos em que ele é permitido no Brasil, como nos casos de estupro, por exemplo. As ações ocorreram frente à agenda da Câmara dos deputados em que os mesmos discutiriam os avanços da PEC, mas que foi adiada no dia de hoje. Em São Paulo, no vão do MASP, a Frente Feminista de Esquerda organizou uma vigília para acompanhar o debate ocorrido em Brasília.
Para Marcella Campos, Professora estadual e militante do grupo de mulheres Pão e Rosas, "A PEC 181 que tira o direito ao aborto inclusive nos casos de estupro e risco de morte para a mãe é um ataque sem precedentes contra as mulheres. Cerca de 22 milhões de abortos clandestinos e inseguros são feitos por ano em todo o mundo e 47 mil mulheres morrem por complicações destes procedimentos realizados em condições insalubres e perigosas. No Brasil de acordo com a ONU são cerca de um milhão de abortos por ano, e inúmeras clínicas clandestinas os realizam por um preço altíssimo, em geral mais de R$ 4 mil. A maior parte delas tem condições insalubres, o que leva a infecções e causam mortes. A PEC 181 passa por cima de milhares de corpos de mulheres mutilados todos os anos por aborto clandestino, e quem mais sofre com esta clandestinidade são as mulheres negras. É urgente barrar a PEC 181, assim como lutarmos pela legalização do aborto para exigir o direito ao aborto legal, seguro e gratuito, garantido pelo SUS já. Basta de mulheres mortas por abortos clandestinos!"