A Unicamp referendou seu modelo de cotas étnico-raciais para o vestibular em 2019. Foram anos de luta para que a universidade adotasse cotas para o ingresso de novos alunos. Ano passado os estudantes realizaram greves em praticamente todos os cursos e institutos, e o prédio da reitoria foi ocupado para que essa conquista fosse efetivada.
Segundo documento aprovado no Conselheiro Universitário no dia de hoje, haverá a adoção de um sistema de cotas étnico-raciais que reserva 25% das vagas para candidatos autodeclarados negros.
Outra alteração importante será o vestibular específico para indígenas, com um conteúdo próprio, independente do vestibular tradicional.
Segundo a estudante da Unicamp Flávia Telles, coordenadora do Quilombo Vermelho: “todas essas conquistas são muito importantes, porque questionam uma das universidades mais elitistas do país, que por décadas virou suas cotas para a população negra. Essa conquista é daqueles que lutaram, em especial os estudantes e trabalhadores negros que há anos sofrem com inúmeras manifestações de racismo que seguem existindo na universidade. Seguiremos batalhando para expansão das cotas étnico-raciais e também por permanência estudantil, para que esses estudantes tenham condições reais de estudo, mas também para eliminar o filtro social do vestibular que, apenas nesse ano, excluirá quase 70 mil estudantes que cursaram a prova, além de centenas de milhares de jovens negros que sequer tem a perspectiva de cursar a universidade pública.”
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