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GREVE DOS PROFESSORES RS
Por um comando de greve democrático com delegados revogáveis e eleitos na base!
Diego Nunes
Redação Rio Grande do Sul
Redação Rio Grande do Sul
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Na última assembleia dos professores do Rio Grande do Sul (10) foi aprovada uma nova forma de comando de greve que não resolve o problema de como organizar a luta da categoria. Queremos abrir esse debate com o conjunto da categoria, pois trata-se de um dos principais organismos que deve dirigir a histórica mobilização gaúcha contra Sartori e os ataques.

Atualmente o comando de greve é controlado pela direção central do CPERS - PT e PCdoB. De forma totalmente antidemocrática, que impede com que os professores em greve possam decidir os rumos da greve e ligar de maneira mais orgânica a base da categoria às decisões do comando, hoje ele é composto maioritariamente pela direção central, junto a algumas organizações políticas que dirigem núcleos. Professores independentes e ativistas que surgem no calor da luta são impedidos de sequer participar do comando. Dessa forma, o PT e o PCdoB ganham caminho livre no comando para dificultar uma real unificação com outras categorias, como municipários de Porto Alegre que já estão a mais de um mês em uma também histórica greve, e massificar a luta para derrotar o projeto neoliberal do governo. Eles controlam e contém a greve tão somente para satisfazer os interesses eleitorais em 2018 - essa é sua estratégia, e não derrotar Sartori.

Agora, nesta última assembleia em que os professores conseguiram impor uma vitória acachapante em cima da direção que estava tentando enterrar a greve em pleno dia nacional de lutas, votou-se um “novo” comando - um pouco mais aberto que o anterior, mas ainda assim insuficiente. Agora outras correntes políticas podem participar do comando e não apenas as que dirigem os núcleos. Mas mesmo assim o controle se mantém nas mãos da burocracia, sendo a oposição ainda com pouca força e tampouco permitindo que a base dos professores possam dirigir o processo.

Nós do Movimento Nossa Classe temos uma concepção radicalmente distinta de como se deve se organizar a luta. Acreditamos na força da categoria, da base dos educadores, e por isso defendemos um comando com representantes eleitos nas escolas, que possam ser revogáveis a qualquer momento por seus representados. Dessa maneira o órgão dirigente da greve pode se aproximar de maneira mais real à base e fazer experiência com distintas posições, bem como colocar a frente da luta o aticismo de base, independentemente se for organizado em correntes políticas ou não. Trata-se de um passo importante para erguer uma estratégia que de fato derrote Sartori. Estamos numa greve heróica e ao mesmo tempo muito dura, onde não se trata apenas pressionar o governo. Para vencermos é preciso erguer uma mobilização ainda mais massiva, que consiga se aliar aos distintos setores em greve e mobilização, começando pelos municipários e servidores em greve, e também com rodoviários de Porto Alegre, estudantes, comunidade escolar e demais categorias. Para tanto, seria necessário também criar organismos de coordenação unificados entre esses setores, para de fato tornar as lutas em curso em uma verdadeira batalha que coloque o governo e os ajustes contra a parede.

Ainda que as outras propostas da oposição, como a de um comando de greve aberto a voz e voto para todos, fosse mais democrática que a atual proposta aceita pela direção, também não garante a relação orgânica entre a base e o comando. Um comando aberto, simplesmente, certamente pode abrir espaço para tirarmos das mãos da burocracia do PT e PCdoB a greve, mas ainda assim não concede responsabilidade aos representantes do comando, que devem ser eleitos e não apenas abrir voz e voto para quem quiser. Uma proposta como a que fizemos pode permitir que a greve seja dirigida por qualquer força que se organizar para levar mais gente e não que a greve seja dirigida pela base de fato.

Queremos abrir esse debate entre a categoria e fazer um chamado, desde o Movimento Nossa Classe, a travarmos essa batalha dentro da categoria e fazer avançar o movimento de greve.

 
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