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FALECIMENTO
Aos 81 anos falece Moniz Bandeira, historiador e cientista político
Redação

Ontem faleceu o importante historiador e cientista político Moniz Bandeira.

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Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira, ou simplesmente Moniz Bandeira como era conhecido, um dos mais influentes historiadores e cientistas políticos do país faleceu no dia 10/11 na cidade de Heildeberg, na Alemanha, onde era cônsul honorário do Brasil. Moniz Bandeira elaborou uma vasta obra sobre a política norte-americana, a política externa brasileira, sendo por conta disso considerado por muitos como um dos precursores do estudo das Relações Internacionais no país. Entre seus principais títulos estão Brasil, Argentina e Estados Unidos (Da Tríplice Aliança ao Mercosul) e Formação do Império Americano (Da guerra contra a Espanha à guerra no Iraque), pela qual ganhou o prêmio Juca Pato, ao ser eleito pela UBE, por aclamação, como Intelectual do Ano 2005. Seu último livro, A Desordem Mundial, analisa as consequências das guerras e intervenções militares estadunidenses ao longo das últimas décadas.

No passado, Moniz Bandeira também foi um militante político ligado ao Partido Socialista Brasileiro tendo sido um dos organizadores da corrente Política Operária (Polop), organização heterogênea que durante a ditadura militar tentou articular guerrilhas. Durante o período em que participou da Polop, além de ter acompanhado o exílio de João Goulart no Uruguai após o golpe de 1964, Moniz Bandeira publicou em 1967 O Ano Vermelho – Revolução Russa e seus Reflexos no Brasil. Em 1973, quando ele já estava outra vez preso, a Editora Civilização Brasileira lançou Presença dos Estados Unidos no Brasil (Dois séculos de História), que se tornou um clássico na área de relações internacionais. O livro foi traduzido para o russo e publicado na então União Soviética.

Moniz Bandeira assumiu uma postura de cunho nacionalista em relação sobretudo à ingerência dos Estados Unidos no país. Durante o governo de Leonel Brizola no Rio de Janeiro, nos anos 1980, Moniz Bandeira foi nomeado Diretor-Superintendente do Instituto Estadual de Comunicação. E, mais recentemente, frente à Lava Jato havia concedido entrevistas denunciando-a como uma via de descapitalização das empresas brasileiras conhecidas como “global players”. Suas posições muito críticas sempre foram um ponto de apoio para analisar a inserção do Brasil na divisão internacional do trabalho, ainda que tenham sido de cunho meramente nacionalista e não anticapitalista, fazendo com que suas obras ofereçam importantes reflexões e dados sobre a política brasileira.

 
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