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GLOBO HIPÓCRITA
Ao comunicar afastamento de Waack, Globo diz que é “um dos mais respeitados profissionais”
Fernando Pardal
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Ontem, poucas horas após divulgado, o vídeo de William Waack com comentários racistas já havia viralizado.

Diante disso, a Globo se viu forçada a afastá-lo. E, durante o jornal que Waack apresentava cotidianamente, o Jornal da Globo, leu o seu comunicado oficial sobre o caso e o afastamento. Nele, a emissora esbanja cinismo.

A Globo afirma que "é visceralmente contra o racismo". Essa afirmação, que abre o comunicado, é canalha e hipócrita. Para termos certeza, entre milhares de fatos que poderíamos afirmar para mostrar o quanto a Globo contribuiu decisivamente para a manutenção do racismo no Brasil, podemos lembrar do livro escrito por um dos mais importantes executivos da emissora e seu diretor de jornalismo, Ali Kamel, intitulado "Não somos racistas", em que ele defende que não haveria racismo no Brasil.

A Globo sustenta e reproduz o racismo no país em todos os seus programas: das novelas aos jornais. E, se hoje afasta Waack, é por ter um interesse acima de todos os demais: seus lucros. Com a imensa repercussão negativa do fato, se viu obrigada a colocar o âncora "na geladeira", certamente com a perspectiva de trazê-lo de volta assim que possível. Isso fica claro pelo tom de seu comunicado, no qual diz que "William Waack é um dos mais respeitados profissionais brasileiros, com um extenso currículo de serviços ao jornalismo." Ou seja, uma das primeiras preocupações da Globo, logo após tentar assegurar sua "inocência", é defender o canalha Waack. Ainda dizem que Waack, ridiculamente, "não se lembra do que disse", "Já que o áudio não tem clareza". Como assim? Qual a relação do áudio não ter clareza com ele não lembrar do que disse? A incoerência é típica de quem procura qualquer subterfúgio para justificar seus próprios absurdos. Mas o áudio é claríssimo e está disponível para quem queira ouví-lo. E milhões estão fazendo.

A tentativa da Globo de proteger Waack é o mesmo que tentaram fazer com José Mayer, no absurdo caso em que assediou uma funcionária sexualmente e só foi afastado após uma imensa mobilização e repercussão nas redes. Agora, tentando trazê-lo de volta, uma mobilização das próprias atrizes da Globo é o que está impedindo. Logo, tentarão o mesmo com o reacionário Waack, que tem em sua trajetória um livro de crítica aos comunistas, a defesa das reformas de Temer, a suspeita de que tenha colaborado como informante da CIA e diversos outros momentos "brilhantes" de sua carreira, como afirma a emissora.

Não, Globo, não acreditamos em suas cínicas palavras. Nem de que seja contra o racismo, nem de que esteja interessada em punir Waack. Não à toa falam em "esclarecer" a situação quando não há nada a esclarecer. A cena é nítida, clara, e todos que a viram já compreenderam que aquele pequeno momento flagrado quase ao acaso é apenas a ponta do iceberg de um racismo, esse sim visceral, de Waack e que está no DNA da Globo e da classe dominante brasileira.

 
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