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QUILOMBO VERMELHO
Um Quilombo Vermelho pra enfrentar o Racismo no metrô
Lourival Aguiar Mahin
São Paulo
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Pudemos acompanhar recentemente o quanto o metrô de São Paulo é racista ao demitir um funcionário que havia sofrido agressões racistas de um usuário sem nem ao menos investigar o caso. Porém esta não é a única amostra de quanto o metrô é racista.

Podemos perceber o quanto a empresa se apoia no racismo conjuntural ao constatar a baixa quantidade de trabalhadores efetivos que são negros (cerca de 20%) no entanto a esmagadora maioria de trabalhadores terceirizados são negros (cerca de 73%) e nordestinos (83%), conforme pesquisa realizada pelo DIEESE realizada em 2012 a pedido do Siemaco (Sindicato dos trabalhadores do Asseio e Conservação). Ao cruzarmos esses dados com a quantidade de mulheres no trabalho de asseio e conservação (67%), notamos também que a maioria dos trabalhadores terceirizados são mulheres negras e que as mesmas recebem os piores salários, (vale lembrar que são a maioria das mulheres presas que na média nacional chega a 68% mas que em lugares do nordeste tem um acréscimo enorme deste número, chegando a lugares como Bahia [92%], Ceará [94%] e Acre [100%]). Portanto fica fácil de entender porque a empresa se apoia tanto no racismo ao preferir contratar trabalhadores terceirizados e não ter nenhuma politica inclusiva.

No metrô, o racismo também se expressa na repressão, ora velada, ora explícita, ao não permitir o aparecimento de aspectos da identidade negra, como o cabelo, os adereços (como turbantes), ou nos treinamentos que identificam o pobre, o bandido, bêbado como sendo na maioria das vezes negro. Ocorre também na perseguição aos poucos trabalhadores negros, aos "apelidos" racistas utilizado por supervisores para se referir aos funcionários, no tratamento desigual, que é legalizado pelo metrô com as avaliações cada vez mais subjetivas, na qual um critério como "boa aparência" tem um peso diferente se o trabalhador possui um cabelo black, utiliza dreads ou tranças, etc. Esse racismo fez com que Valter Rocha, trabalhador da estação Praça da Árvore, fosse demitido após sofrer perseguição racista não apenas de um usuário mas também dê sua supervisão em vários casos. Devemos lutar contra todas as demissões do metrô!!

Sabemos que essa realidade não se resume ao metrô: no mercado de trabalho essa realidade é mais mais impressionante. Em pesquisa realizada em 2012, podemos verificar que o negro brasileiro ganha salário 36,11% menor do que os brancos no país. Os negros ainda tem maior instabilidade no trabalho e buscam emprego por mais tempo que os brancos. E como dissemos as mulheres negras são vítimas de discriminação por duas vias, a da raça e do gênero, dessa forma ocupam um lugar ainda mais precário no mercado de trabalho: O salário médio da trabalhadora negra é a metade do salário da trabalhadora branca que já é mais baixo do que de um homem branco, no final a trabalhadora negra recebe 60% a menos que um homem branco.

A taxa de desemprego das jovens negras chega a 25%. Uma entre quatro jovens está desempregada e estão em maior número nos empregos considerados mais precários e informais, cerca de 71% contra 54% das mulheres brancas e 48% dos homens brancos.

Por isso, queremos organizar os metroviários para darem um basta nessa situação. Queremos organizar um instrumento de luta para denunciar e combater todos os casos de racismo do metrô e mostrar que nenhum passo atrás será permitido na luta contra o Racismo. Por isso queremos convidar os metroviários para se unirem a nós no lançamento do Quilombo Vermelho e participar das reuniões para debater o Manifesto programático no qual colocamos nossas ideias sobre como combater o Racismo. Venha você também conhecer nossa luta.

18 de Novembro, às 13h

Avenida Otacílio Tomanik, 1581 - Rio Pequeno (ao lado da Padaria 5 Quinas)

 
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