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QUILOMBO VERMELHO
A juventude pode ensinar lutando contra o racismo e o capitalismo, um chamado
Marcella Campos

A energia contagiante da juventude pode ser o despertar de grandes aspirações de mudanças. E essa energia vinda da juventude se multiplica por mil com a juventude negra.

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"Nós devemos explicar aos elementos conscientes das massas negras que o desenvolvimento histórico os coloca na vanguarda da classe operária", dizia o revolucionário russo Leon Trotsky.

O Brasil é o país que mais assassina jovens, em sua maioria negros e pobres, com a desculpa de "guerra às drogas", que nas periferias significa criminalização da juventude e um atestado de morte para milhares todos os anos. Foram vários colegas professores que já abracei por terem perdido alunos assassinados pela mão do estado em seus bairros pobres. Nós ainda sentimos a falta de Douglinhas, que morreu assassinado na zona norte de São Paulo em 2013, perguntando "por que o senhor atirou em mim?".

São essas meninas e meninos negros que mais sofrem com a condição terrível que se encontra a saúde e a educação pública. Nas escolas, alunos mais parecem estar encarcerados entre as grades e cadeados dos corredores e janelas, com professores estressados e mal remunerados, que para o governo devem cumprir o papel de carcereiros. É para as escolas da juventude negra que a elite e os governantes querem o movimento "Escola Sem Partido", para manter a lógica de presídio, impedindo cada vez mais a aliança explosiva entre os alunos, seus professores e as discussões sobre as questões cruciais da vida dos trabalhadores.

Quem não lembra do pânico que a burguesia ficou com as ocupações nas escolas? Ocupações que se alastraram pelas periferias, com suas alunas e alunos negros, deixando claro que a juventude não esta satisfeita com a escola que lhes dão!

E os rolezinhos? Que pavor causou nos ricos ver a juventude negra tomando os espaços que antes acreditavam ser exclusivamente deles.

A burguesia tem medo da juventude negra ocupando as ruas, assim como tinha medo dos escravos insurretos! A elite tem medo da juventude que contesta nas escolas o mito da democracia racial e afirmam bem alto "o racismo existe e nos rouba o futuro e a vida digna!"

A burguesia tem medo porque sabe que o racismo só existe no capitalismo e essa juventude negra pode ser a ponta de lança que vai questionar e derrubar seus privilégios e sistema. Por isso reprime nas favelas e bairros pobres a molecada negra. Por isso ataca a educação pública. Pelo medo que a energia dessa juventude resistente negra organizada pode transmitir para seus professores, para seus pais, vizinhos, amigos cobradores de ônibus, pedreiros, manicures. O medo da faísca revolucionária que é a juventude negra unida com os trabalhadores.

Sempre ouvimos que os professores podem mudar a vida de seus jovens alunos. A ligação entre professor e aluno pode realmente ser algo único, nós professores também aprendemos com essa juventude que dá tantos exemplos de resistência e luta.

A melhor e maior lição que a juventude negra pode dar é exatamente canalizar toda sua força ligada ao conjunto da classe trabalhadora para combater a justiça burguesa, que tem um lado e é o lado da elite, a polícia assassina nas periferias, o Estado racista e esse sistema de miséria que é o capitalismo.

Os professores querem ser parte dessa luta e estão do mesmo lado da trincheira que nossos jovens alunos negros e negras. Todos os dias, tendo que superar todos os obstáculos que o governo impõem precarizando a escola e não dando estrutura nenhuma para os professores trabalharem, os professores como forma de resistir, dar ferramentas para compreender e lutar contra, colocam em sala de aula o debate sobre o racismo e mostram como ele é a expressão mais barbara desse sistema opressor e explorador.

E com a esperança nessa juventude organizada em suas escolas e em seus bairros e que podem contagiar e impulsionar o despertar de seus professores e dos trabalhadores que chamamos a todos os nossos jovens negros, que todos os dias dentro das escolas nos ensinam e nos contagiam, para o lançamento do Quilombo Vermelho e fazer potencializar e amplificar no Brasil a força da juventude negra contra o capitalismo e seu racismo.

TODAS E TODOS NO DIA 18 DE NOVEMBRO A PARTIR DAS 13h NO BAIRRO RIO PEQUENO, EM SÃO PAULO (Avenida Otacilio Tomanik, 1581, atrás da padaria Cinco Quinas).

 
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