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MACHISMO
Concurso de Miss no Peru expõe violência contra a mulher
Zuca Falcão
Professora da rede pública de MG

O Concurso Miss, no Peru (29/10), aproveitou a popularidade do evento para dar visibilidade ao tema da violência contra a mulher, em um dos países da América Latina que lidera o ranking em feminicídio. As modelos apresentaram, ao invés de suas medidas, dados sobre a violência de gênero.

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Este ano, a organizadora da disputa nacional de beleza do Perú, Jessica Newton, tomou a iniciativa de utilizar o evento para trazer à tona um tema importante não só em seu país como em toda América Latina: a violência contra a mulher.

Durante o desfile, as modelos, no momento em que deveriam apresentar os números de suas medidas, falavam ao microfone dados sobre os muitos tipos de violência que sofrem as mulheres no Peru.
Frases como “uma menina morre a cada dez minutos como fruto da exploração sexual”, “mais de 70% das mulheres de nosso país são vítimas de assédio nas ruas” e “treze mil meninas sofrem de abuso sexual em nosso país” foram recebidas com aplausos pela platéia.
No momento do desfile, o painel de fundo da passarela exibiu recortes de jornais noticiando violências contra a mulher.

No ano de 2016, entre feminicídios e tentativas, o Ministério da Mulher e Populações Vulneráveis peruano registrou 382 casos e, na grande maioria deles, o responsável foi o companheiro da vítima. Essa não é uma realidade somente do Peru, mas de todo o continente e de muitos países do mundo.
Nós mulheres vivemos sob um sistema capitalista que se utiliza da sociedade patriarcal para continuar explorando e arrancando seu lucro, forçando as mulheres a uma dupla jornada laboral e alimentando a opressão de gênero e racial de modo a dividir nossa luta e calar nossa voz.

Cecília Quiroz, dirigente do grupo internacional de mulheres Pão e Rosas no Peru, que também está presente em grande parte do continente americano e alguns países da Europa, coloca uma perspectiva de luta para as mulheres aliada a toda classe de oprimidos e explorados por esse sistema:
“Desde o Pão e Rosas buscamos transformar a raiva e a indignação em organização, porque só dessa maneira poderemos dar continuidade à nossa luta. Entendemos que para conseguir plenos direitos e liberdades para as mulheres temos que nos organizar com o conjunto dos oprimidos e explorados”.

É necessário que se torne de conhecimento público a questão da violência contra a mulher e os números vergonhosos e alarmantes que ela alcança. É necessário lutar por melhorias imediatas na vida das mulheres como direito à creche para os filhos das mulheres trabalhadoras, o direito ao aborto livre, seguro e gratuito, a igualdade de salário entre mulheres e homens e muitas outras pautas urgentes em uma sociedade onde ainda somos tratadas como uma camada inferior e sofremos a maior parte da miséria imposta pelo capitalismo. Mas, mais do que isso, é necessário e urgente a organização das mulheres junto aos trabalhadores, negros, indígenas, LGBTs, todos os que sofrem por esse sistema que rouba a dignidade de nossas vidas. Por nem uma a menos!

Veja o vídeo das falas das modelos:

 
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